PEQUIM, 9 JUL (ANSA) – O assassinato do ex-premiê do Japão Shinzo Abe, 67 anos, provocou consternação no mundo, que agora espera as investigações da polícia para entender o que levou um ex-militar a matar um político que já estava fora do poder.
Tetsuya Yamagami, 41, foi preso em flagrante após ter feito dois disparos contra Abe com uma arma artesanal durante um comício, provocando uma hemorragia irreversível no ex-primeiro-ministro.
O evento era em apoio a um candidato do Partido Liberal-Democrata nas eleições para a Câmara dos Conselheiros, um dos ramos do parlamento bicameral do Japão, que acontecem no próximo domingo (10).
Yamagami serviu na Marinha das Forças de Autodefesa japonesas por quase três anos e, até o momento, nada indica que ele tivesse uma agenda política clara.
O agressor vivia em um apartamento em Nara, cidade do atentado, e havia largado o trabalho em uma empresa manufatureira em maio passado, alegando cansaço.
“Nunca soube que ele tivesse convicções políticas e não consigo ligá-lo ao ataque”, disse um conhecido à imprensa japonesa.
Ainda segundo a mídia local, Yamagami chegou a admitir à polícia que estava “frustrado” com o ex-premiê, mas negou que cultivasse qualquer tipo de “rancor” por motivos políticos.
O agressor disse ter feito em casa a arma usada no crime, um artefato de dois canos e pouco maior que uma pistola. No Japão, o acesso a armas de fogo é bastante restrito, e os próprios policiais que prenderam Yamagami não efetuaram um disparo sequer. (ANSA).