Uma missão espacial não tripulada da Índia entrou em órbita lunar neste sábado (5), na segunda tentativa de alunissagem do país asiático, que busca dar um novo impulso ao seu programa espacial de baixo custo.

A nação mais populosa do mundo conta com um programa aeroespacial de baixo orçamento em comparação às potências espaciais mundiais.

Mas recentes sucessos a aproximaram do nível da Rússia, Estados Unidos e China, os únicos a terem conseguido até agora uma alunissagem controlada.

A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) confirmou que Chandrayaan-3 – “nave lunar” em sânscrito -, entrou com com sucesso na órbita lunar”, mais de três semanas depois do seu lançamento.

Se for bem-sucedida, a missão pousará perto do polo sul do satélite terrestre entre 23 e 24 de agosto.

Na missão anterior do programa Chandrayaan, as equipes na Terra perderam contato com a nave pouco antes de sua chegada à Lua.

– “Valor” e “Sabedoria” –

Chandrayaan-3 inclui um módulo de aterrissagem chamado Vikram, que significa “valor” em sânscrito, e um veículo batizado de Pragyan, a palavra sânscrita para “sabedoria”.

A missão, com um custo de 74,6 milhões de dólares (R$ 362 milhões), confirma a ambição e o rápido desenvolvimento do programa espacial indiano, que lançou uma sonda em órbita lunar em 2008.

Os analistas afirmam que a Índia pode manter os custos baixos copiando e adaptando a tecnologia espacial existente e graças à oferta de engenheiros altamente qualificados com salários muito inferiores aos dos seus homólogos estrangeiros.

– Solucionar as falhas –

Chandrayaan-3 demorou muito mais para chegar à Lua do que as missões tripuladas Apolo dos anos 1960 e 1970, que chegaram em questão de dias.

O foguete indiano é muito menos potente que o Saturn V dos Estados Unidos e orbitou a Terra cinco ou seis vezes de forma elíptica para ganhar velocidade antes de ser enviado para sua trajetória lunar de um mês de duração.

Caso consiga realizar a alunissagem, Vikram vai explorar a região lunar e recolherá imagens que enviará à Terra para serem analisadas.

A missão deve durar 14 dias, que correspondem a um dia lunar.

O diretor da ISRO, S. Somanath, declarou que seus engenheiros estudaram cuidadosamente os dados da última missão fracassada e fizeram o foi possível para solucionar as falhas.

Em 2014, a Índia se tornou o primeiro país asiático a colocar um satélite em órbita ao redor de Marte e três anos depois lançou 104 satélites em uma única missão.

Para o próximo ano, o país de mais de 1,4 bilhão de habitantes ambiciona uma missão tripulada de três dias em órbita ao redor da Terra.

A Índia também tenta aumentar sua participação, atualmente de 2%, no mercado espacial comercial no mundo, por ter custos muito menores que seus concorrentes.

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