Uma delegação da União Europeia (UE) chegará no domingo (7) a Caracas para iniciar seu trabalho de observação das eleições presidenciais de 28 de julho, informaram autoridades venezuelanas nesta quinta-feira (4).

A representação europeia será recebida na terça-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), adiantou seu presidente, Elvis Amoroso. Para a semana seguinte, está prevista a chegada de uma missão do Centro Carter, dos Estados Unidos e, antes do fim de abril, do painel de especialistas das Nações Unidas (ONU).

“Vamos informar a cada um dos observadores que vêm ao nosso país como será a programação do processo eleitoral (…) para que não exista nenhum tipo de dúvida”, declarou a jornalistas Amoroso, sancionado pela UE pelas inabilitações de opositores que impôs em sua gestão anterior como controlador.

“Uma primeira fase para coordenar com o Poder Eleitoral e com os órgãos do Estado, tudo que tiver a ver com os detalhes logísticos de sua mobilização e acompanhamento do processo eleitoral”, explicou, por sua vez, o chanceler venezuelano, Yván Gil.

O presidente Nicolás Maduro tentará um terceiro mandato de seis anos em julho. Outros 12 candidatos se inscreveram, incluindo Manuel Rosales, ex-adversário do falecido presidente Hugo Chávez em 2006, e o diplomata Edmundo González Urrutia, por parte da oposição majoritária, que não conseguiu registrar a inabilitada María Corina Machado, vencedora das internas da coalizão, nem sua alternativa, Corina Yoris.

Não está clara a dimensão dessa delegação europeia. A UE enviou uma missão em 2021, nas últimas eleições de governadores e prefeitos, que terminou abruptamente depois que Maduro tachou os observadores de “inimigos” e “espiões”.

O Centro Carter e a ONU enviaram então painéis de especialistas.

A observação europeia faz parte de um acordo firmado pelo governo e a oposição em outubro em Barbados, como parte do mecanismo de diálogo que tem a Noruega como mediadora. O chavismo, no poder, insistiu que a missão seja técnica, sem atores políticos.

A chefe da missão de 2021 era a eurodeputada portuguesa Isabel Santos, que identificou melhorias no sistema de votação, mas também irregularidades, como o uso de recursos públicos na campanha, o estabelecimento de pontos de controle do partido do governo em locais de votação e a inabilitação arbitrária de candidatos.

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