Uma missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) chegou, neste domingo (27), a Honduras em meio a um ambiente político tenso devido a disputas sobre como será realizada a transmissão dos resultados preliminares das eleições de novembro.
O embaixador de Honduras na OEA, Roberto Quesada, disse à AFP por telefone que a missão “já chegou” a Tegucigalpa e tem previsto para segunda-feira um encontro com o ministro das Relações Exteriores, Javier Bu, e na terça, com a presidente Xiomara Castro.
“O principal objetivo será ouvir todos os atores envolvidos e contribuir para construir um clima de confiança durante a fase pré-eleitoral”, afirmou a OEA em um comunicado.
A missão, que permanecerá quatro dias no país e será liderada pelo ex-chanceler paraguaio Eladio Loizaga, chega em um ambiente de fortes tensões.
Os três membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deveriam, na quarta-feira, atribuir a uma empresa privada o sistema de transmissão dos resultados preliminares das eleições, nas quais será escolhido o sucessor de Castro e renovados o Congresso e as prefeituras. Porém, essa atribuição não poderá ser realizada devido a um conflito entre eles.
A disputa entre os membros do CNE começou depois que as duas conselheiras da oposição direitista, Cossette López e Ana Paola Hall, aprovaram um mecanismo de divulgação dos resultados preliminares sem o consentimento do colega governista, Marlon Ochoa.
López e Hall decidiram que os resultados das atas das mesas de votação sejam revisados manualmente pelo CNE em Tegucigalpa antes de serem divulgados, mas o conselheiro governista afirma que esse sistema favorece uma “fraude”.
Por essa razão, Ochoa havia se recusado a participar das reuniões do CNE, mas na sexta-feira anterior os três conseguiram se reunir.
“A OEA espera que as eleições sejam pacíficas”, mas “para isso, é crucial que as instituições responsáveis pelo processo eleitoral disponham das condições necessárias”, apontou a organização.
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