Missão da AIEA em usina de Zaporizhzhia deve começar na quarta

ROMA, 30 AGO (ANSA) – A equipe de 13 especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve chegar à central nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, nesta quarta-feira (31), informam fontes do governo ao jornal britânico “The Guardian”.   

O grupo, que chegou em Kiev na noite desta segunda-feira (29), deve permanecer fazendo checagens na usina, a maior da Europa, até o próximo sábado (4).   

A planta nuclear não recebe mais nenhum tipo de inspeção presencial da AIEA, um órgão ligado às Nações Unidas, desde o início da guerra, em 24 de fevereiro. Segundo diversas declarações do diretor-geral da agência, Rafael Grossi, a situação no local era “extremamente grave” e todos os protocolos de segurança haviam sido desrespeitados ou violados nesse período.   

Zaporizhzhia foi tomada por tropas russas no início de março, mas ainda é operada por técnicos ucranianos. Nesse período, por mais de uma vez, a AIEA perdeu o acesso aos sistemas de monitoramento remotos instalados no local.   

Para agravar a situação, russos e ucranianos se acusam mutuamente de realizar ataques contra a estrutura e a área ao redor dos reatores. Apesar de ter seis dessas estruturas, apenas dois estavam operando desde o início da guerra e, recentemente, a Rússia informou que um deles foi desligado.   

E, nesta terça-feira (30), a situação não é diferente.   

O principal conselheiro da Presidência ucraniana, Mikhailo Podolyak, afirmou ao portal “Ukrinform” que os russos estão “deliberadamente bombardeando os corredores de acesso” à central nuclear e que devem ser usados pelo grupo de especialistas da AIEA para chegar na planta.   

“O acesso deve ser feito apenas por territórios controlados pela Ucrânia. A planta nuclear precisa ser desmilitarizada e as tropas russas devem sair. Apenas o pessoal ucraniano e a AIEA devem ficar na central”, disse ainda.   

Além disso, Kiev afirmou que há 207 ucranianos mantidos como reféns na região da usina nuclear, incluindo o prefeito de Dniprorudne, Yevhen Matveev, e o vice-prefeito de Energodar, Ivan Samoydyuk.   

Do outro lado, os líderes municipais para a área indicados por Moscou acusaram as tropas ucranianas de fazerem novos ataques à área de armazenamento de combustíveis da usina.   

Em declaração à agência estatal russa Tass, os representantes afirmam que os ataques querem “sabotar” a visita dos especialistas da AIEA.   

Um dos membros desse grupo, Vladimir Rogov, ainda apontou que houve um aumento de 70% nas ações militares na área da central na última semana. (ANSA).