Missão chinesa chega aos EUA para fechar acordo comercial, diz Trump

Missão chinesa chega aos EUA para fechar acordo comercial, diz Trump

Uma missão da China pretende “fechar um acordo” nesta semana em Washington, afirmou o presidente Donald Trump nesta quarta-feira (8), quando o fim da guerra comercial entre ambas potências parece estar por um fio.

As pressões não param, um dia antes de as duas partes iniciarem o que agora espera-se que seja a reta final das negociações, após 10 meses de disputa tarifária. Empresas e produtores americanos, mercados de ações mundiais e a economia global acompanham de perto.

Trump pressiona Pequim com a ameaça de elevar a partir de sexta as tarifas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses. E a China não hesitará em retaliar, alertou nesta quarta seu Ministério do Comércio.

A intensificação do conflito “não é do interesse dos povos”, disse o porta-voz da pasta chinesa.

“Se as medidas tarifárias dos Estados Unidos forem aplicadas, a China não terá outra opção que não aplicar contra-medidas”, acrescentou.

Na segunda-feira, autoridades americanas encerraram uma trégua de seis meses, acusando Pequim de voltar atrás em questões já acordadas nas 10 rodadas de negociações anteriores. E na quarta-feira Trump deu a entender que se sente tão à vontade com um acordo quanto com a manutenção de tarifas.

“Vamos ver o que acontece, mas estou feliz com os mais de 100 bilhões de dólares que encherão os cofres dos Estados Unidos … É muito bom para os Estados Unidos; não é bom para a China”, afirmou.

O representante comercial americano (USTR), Robert Lighthizer, divulgou uma nota oficial anunciando a partir da meia-noite local de sexta-feira o aumento a 25% das tarifas sobre uma ampla gama de produtos chineses, incluindo equipamentos elétricos, autopeças, máquinas e móveis.

Desde que Trump começou a tuitar ameaças à China no sábado, os mercados caíram na segunda-feira e na terça-feira.

– Mudanças profundas –

As maiores potências econômicas do mundo aplicaram reciprocamente tarifas sobre 360 bilhões de dólares em produtos, ao todo. Isso causou sérios danos à produção de soja dos EUA, que tem a China como o maior consumidor, mas também afeta o setor industrial dos dois países.

No entanto, com os Estados Unidos crescendo de forma constante, os funcionários de Washington acreditam que eles estão em uma posição melhor do que a China para enfrentar as dificuldades de uma guerra comercial.

O instituto privado ISM disse na quarta-feira que as tarifas são um “vento contra” para a economia americano, mas também indicou que as perspectivas deste ano para os setores de serviços e indústria permanecem positivas.

Anthony Nieves, do ISM, disse à imprensa que as tarifas estão impactando “muito mais” a China que os Estados Unidos. “Eles estão sob muita pressão”, afirmou.

Trump tuitou nesta quarta-feira que as autoridades chinesas esperavam, erroneamente, deixar as negociações no ar até lidar com um presidente democrata “muito fraco” e “consequentemente continuar a roubar os Estados Unidos (…) nos próximos anos”.

Ao contrário do que sustentam economistas, e até membros de seu Partido Republicano, Trump reiterou que são adversários como a China, e não os importadores ou consumidores americanos, que acabarão pagando por essas tarifas.

Washington exige que a China acabe com práticas comerciais que considera desleais, que respeite as leis de mercado e que dê fim ao “roubo” da tecnologia americana.