Ingrid Santin, a Miss Mato Grosso de 2019, disse ter sido perseguida e assediada sexualmente no trânsito no último domingo (26). Ela relatou que o caso aconteceu em Rondonópolis, em Mato Grosso, e que o abusador estava em uma moto.

Ao G1, Infrid revelou que estava em sua moto com destino a casa de sua irmã. Durante o trajeto ela percebeu que estava sendo perseguida e pensou que seria assaltada.

“Pensei em acelerar para me desvencilhar do homem, mas tinha uma camionete na frente que estava mais rápida do que eu poderia alcançar. Foi quando o motociclista acelerou e encostou do meu lado. Ele colocou a mão no meio das minhas pernas e apalpou as minhas partes íntimas”, relatou.

A miss disse que ficou desesperada e tentou conseguir ajuda.

“Puxei a moto para o outro lado. Ele passou na minha frente e virou na rua seguinte. Estava bem próximo à casa da minha irmã e consegui chegar até lá em estado de choque”, contou.

“No momento vem um turbilhão de emoções. Senti nojo, não sabia se era de mim, dele ou da situação. Mas agora com todo o apoio e relatos que tenho recebido, meu sentimento é de gratidão por saber que nós mulheres podemos vencer isso se continuarmos lutando”, ressaltou.

Ao registrar o abuso na delegacia, a miss reclamou do descaso, pois segundo ela um policial teria afirmado que o registro não serviria para nada sem a placa da moto do perseguidor.

“Não sei se é pior sofrer o assédio ou o descaso ao realizar a denúncia. Insisti em realizar o boletim e o fizeram, porém como descrição: ‘ocorrência de natureza diversa’. Acredito que seja para não entrar nos índices e a dar uma falsa ilusão de que os casos estão diminuindo”, relatou.

Em nota, a Polícia Civil informou que os policiais tentam colher o maior número de informações para registrar a ocorrência e que o fato da vítima não conseguir dar tal informação não seria um problema para fazer o registro da ocorrência.

Ingrid disse ainda que está recebendo apoio de outras mulheres e que um tenente da polícia militar está tentando identificar o suspeito.

“O que aconteceu comigo não é nem perto do que várias mulheres passam, seja na rua ou nas próprias casas, e quando as mesmas criam coragem para denunciar não tem o suporte necessário para enfrentar essa luta. Precisamos continuar lutando, gritando e exigindo segurança”, lembrou.