O ministro de Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou, nesta segunda-feira (25), que está “otimista” quanto a um cessar-fogo no Líbano, durante uma reunião de chanceleres do G7 nos arredores de Roma, na qual as negociações para um acordo de trégua no Oriente Médio dominaram a agenda.

A primeira rodada de conversas do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) esteve centrada na situação no Oriente Médio e no Mar Vermelho, especialmente nos esforços diplomáticos para alcançar um cessar-fogo em Gaza e no Líbano.

“Estou otimista em relação ao Líbano”, declarou Tajani em uma coletiva de imprensa, em um momento em que os esforços internacionais para alcançar uma trégua se intensificam, mais de dois meses após o início de uma guerra aberta entre Israel e o movimento islamista libanês Hezbollah, aliado ao Irã.

Tajani admitiu que alcançar uma trégua no Líbano pode ser “mais complicado do que em Gaza”, onde Israel enfrenta em outra frente o movimento islamista palestino Hamas.

“Estamos firmemente comprometidos em pressionar Israel e Hamas para que ponham fim a esta guerra na Palestina”, acrescentou, referindo-se ao conflito iniciado em outubro de 2023 em Gaza.

A Itália, que ocupa a presidência rotativa do grupo das sete potências industrializadas, incluiu na pauta desta segunda-feira uma reunião posterior, na qual participarão os ministros de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Catar, além do secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit.

Esta reunião de ministros de Relações Exteriores ocorre em meio à incerteza gerada pela vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, que afeta a comunidade internacional.

O encontro também abordará as ordens de prisão emitidas pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e o chefe do braço armado do Hamas, Mohammed Deif.

O chanceler italiano insinuou as dificuldades de chegar a uma posição comum sobre esse tema na declaração final, já que o assunto divide profundamente a comunidade internacional. Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, consideraram “escandalosa” a ordem de prisão e nenhum dos dois países faz parte da jurisdição do tribunal internacional.

“Podemos não concordar com a forma como o governo (de Netanyahu) reagiu após a massacre de 7 de outubro”, disse Tajani, destacando que é necessário negociar com o primeiro-ministro israelense “para alcançar a paz no Líbano e a paz na Palestina”.

Na terça-feira, o segundo dia do encontro se concentrará na guerra na Ucrânia e na situação na região do Indo-Pacífico, com a participação de ministros de vários países asiáticos.

Os ministros do G7 também discutirão as crises atuais na Venezuela, Haiti e Sudão.

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