O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, foi acusado na quinta-feira (5) de assédio sexual por várias mulheres, por meio da organização Me Too Brasil.

Almeida negou as acusações, que afirmou fazerem parte de uma “campanha” para afetar a sua “imagem enquanto homem negro em posição de destaque no poder público”.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu a “gravidade” das denúncias e abriu um procedimento de apuração, a cargo da Comissão de Ética da Presidência.

“O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, afirmou em um comunicado.

A Me Too Brasil revelou na quinta-feira ter recebido “denúncias de assédio sexual” contra o ministro, que ocupa o cargo desde o começo do terceiro mandato do presidente Lula, em janeiro de 2023.

As mulheres “foram atendidas por meio dos canais da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, acrescentou a ONG, sem dar detalhes.

Segundo a organização, as mulheres enfrentaram dificuldades para “obter apoio institucional para a validação de suas denúncias”. Devido a esses obstáculos, considerados frequentes pela Me Too em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, as denunciantes autorizaram a divulgação do assunto na imprensa.

Uma das mulheres envolvidas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, segundo o portal Metrópoles.

Advogado e professor universitário, Almeida, 48, repudiou as acusações, exigiu as provas e afirmou que vai pedir ao Ministério da Justiça, à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Procuradoria-Geral da República que apurem o caso.

“Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da lei, mas, para tanto, é preciso que os fatos sejam expostos, para serem apurados e processados”, declarou o ministro em comunicado. O presidente Lula e seu governo não se pronunciaram sobre o assunto.

O ministro foi chamado na noite de quinta-feira pelo controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, para prestar esclarecimentos, segundo o governo.

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