Ministro russo evoca passado nazista da Alemanha por aumento em gasto militar

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, sugeriu que a Alemanha está retornando ao seu passado nazista, em um forte ataque ao chefe de governo alemão Friedrich Merz, que busca aumentar os gastos com defesa de seu país.

Lavrov denunciou o que chamou de “retórica militarista” de Merz, que expressou arrependimento em diversas ocasiões pelos crimes nazistas da Alemanha e apontou a invasão da Rússia à Ucrânia como a razão pela qual busca investir mais em defesa.

“Não se trata apenas de um processo contínuo de remilitarização”, disse Lavrov, “também são observados sinais flagrantes de um renascimento do nazismo”.

“O chanceler [chefe de governo] afirmou com orgulho que seu objetivo é transformar a Alemanha novamente no principal motor militar da Europa”, declarou Lavrov em uma coletiva de imprensa na ONU.

E acrescentou: “Quando uma pessoa de um país que perpetrou crimes do nazismo, do fascismo, o Holocausto e que cometeu genocídio, diz que a Alemanha precisa se tornar uma grande potência militar, é claro que possui uma memória histórica atrofiada, e isso é extremamente perigoso.”

Berlim anunciou na última quinta-feira o lançamento de um programa de defesa espacial de 35 bilhões de euros (218 bilhões de reais) e disse estar envolvida em uma “corrida armamentista” na área de drones.

Vários países da Otan afirmam que aviões de combate e drones russos violaram seu espaço aéreo na Europa nas últimas semanas, acusando Moscou de testar a aliança.

Nas últimas semanas, foram relatados voos de drones sobre instalações militares e industriais na Alemanha e perto de aeroportos na Dinamarca e Noruega.

A Alemanha, que uma vez liderou a cooperação com a Rússia, inclusive no setor de energia, mudou seu foco em relação a Moscou em 2022, após a invasão da Ucrânia, e se tornou uma das principais apoiadoras de Kiev.

Merz pediu que a Europa aumente seus próprios gastos com defesa devido às preocupações de que os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, estejam se distanciando de seus compromissos históricos com a aliança.

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