O novo titular do Ministério da Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva, modificou na sexta-feira, 26, seu currículo disponível na plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – sistema de currículos virtual, mantido pelo órgão, que integra as bases de dados curriculares e instituições, concebido para facilitar as ações de planejamento e de fomento à pesquisa. A alteração se deu após o reitor da Universidade Nacional de Rosário, Franco Bartolacci, revelar que Decotelli não obteve título de doutor.

Ao anunciá-lo para o cargo, na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro chegou a mencionar o título de doutor do ministro. Mas, conforme o reitor afirmou ao Estadão, o ministro não cumpriu as etapas necessárias à concessão do título. “Cursou o doutorado, mas não o concluiu, pois lhe falta a aprovação da tese. Portanto, ele não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário, como chegou a se afirmar”.

Ao reeditar seu currículo, Decotelli retirou o título de sua tese “Gestão de Riscos na Modelagem dos Preços da Soja” e o nome de seu orientador Dr. Antonio de Araujo Freitas Jr. No lugar, ele menciona agora apenas “créditos concluídos” e “ano de obtenção: 2009”. E, no campo relacionado ao orientador, o ministro assinalou: “sem defesa de tese”.

Em entrevista à TV Globo, Decotelli disse que completou todos os créditos do curso, mas assumiu que não fez a defesa de tese. Segundo ele, porque não tinha mais interesse em permanecer na Argentina, onde afirma ter ficado de 2007 a 2009.

De acordo com o currículo ainda cadastrado na plataforma do CNPq, Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e fez pesquisa de pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, na Alemanha.