ROMA, 14 NOV (ANSA) – O ministro dos Bens Culturais da Itália, Alberto Bonisoli, anunciou nesta quarta-feira (14) um decreto que obrigará os filmes a estrearem primeiro nas salas de cinema para só depois serem exibidos nas plataformas de streaming. “Hoje eu vou assinar o decreto que regula as bases segundo o qual os filmes terão que ser distribuídos primeiramente nos cinemas e depois em todas as plataformas”, disse em mensagem de vídeo destinada a um ato da Confederação Italiana do Comércio (Confcommercio).   

Segundo Bonisoli, é “importante garantir que quem dirige uma sala esteja tranquilo em poder programar filmes sem que estejam disponíveis em outras plataformas simultaneamente”.   

O decreto referido pelo ministro é a implementação da lei do cinema de 2016 e diz respeito apenas aos filmes italianos. Até agora, na Itália, não existiam regras sobre essa questão, apenas era respeitada a mesma prática da Alemanha, que, após a estreia da produção no cinema, é preciso aguardar 105 dias para exibir o longa em outras plataformas. A nova medida foi tomada após a polêmica entre os representantes das salas de cinema e plataformas de streaming como a Netflix, depois dos festivais de Veneza e Cannes.   

Em setembro, atores e expoentes do mundo cinematográfico italiano protestaram contra a decisão do Festival de Cinema de Veneza de premiar o filme “Roma”, do diretor mexicano Alfonso Cuarón, com o Leão de Ouro. O filme foi produzido pela Netflix e ficará disponível na plataforma em dezembro. No entanto, a confusão se deu porque não se sabe se o longa será exibido nas salas de cinema. Na ocasião, a Associação Nacional de Autores Cinematográficos (Anac), a Federação Italiana de Cinema de Ensaio (FICE) e a Associação Católica de Cinema (Acec) afirmaram ser “iníquo” que o maior prêmio do Festival seja “um veículo de marketing da plataforma Netflix”, a qual “coloca em dificuldade o sistema de salas de cinema”.   

Desta forma, para Bonisoli, o decreto permitirá que “os gerentes dos cinemas aproveitem ao máximo o investimento para melhorar as salas e oferecer uma experiência de visualização cada vez mais emocionante”. (ANSA)

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