ROMA, 21 NOV (ANSA) – O ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, afirmou nesta sexta-feira (21) que a situação na COP30, em Belém, no Pará, é “muito difícil”, mas garantiu que a presidência brasileira está trabalhando “incansavelmente”.
O político europeu, que deu a declaração à margem de um evento na capital paraense, disse que o anfitrião da conferência climática está usando o “espírito de mutirão como elemento de unidade e esforço coletivo”.
“Acreditamos que esse espírito deve se refletir no pacote de decisões a ser aprovado aqui em Belém por todos, e por isso também estamos trabalhando de forma construtiva no âmbito da coordenação europeia”, declarou Pichetto.
Sobre os combustíveis fósseis, o ministro mencionou que o parágrafo 28 da decisão do Balanço Global, que convoca os países a contribuírem individualmente para alcançar emissões líquidas zero até 2050, “continua sendo um ponto de referência para o trabalho”.
“Em relação ao financiamento da adaptação, concordamos que se trata de uma questão central e estamos prontos para fazer a nossa parte no contexto das decisões que adotamos no ano passado. É essencial que o apoio à adaptação esteja vinculado às condições necessárias para garantir o fluxo de recursos financeiros públicos e privados para os países em desenvolvimento”, afirmou o ministro, acrescentando que o tema acordado na cúpula de Dubai “continua sendo um ponto de referência”.
Pichetto também mencionou que a Itália considera “importante trabalhar por um resultado capaz de apoiar concretamente a transição energética”.
A conferência corre o risco de terminar em fracasso no último dia oficial de negociações, após o incêndio que paralisou os trabalhos por seis horas. No centro das tensões estão os debates sobre a transição para longe dos combustíveis fósseis, tema que os países produtores de petróleo se recusam a discutir.
A COP30 na Amazônia, a primeira realizada após cientistas demonstrarem que o limite de 1,5°C de aquecimento global estabelecido pelo Acordo de Paris será ultrapassado, pode até terminar sem um acordo. Seria a primeira vez na história das COPs, cuja trajetória começou no Brasil, com a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, em 1992. (ANSA).