BERLIM, 14 NOV (ANSA) – O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, afirmou nesta sexta-feira que não se deve julgar toda a Ucrânia com base em casos isolados de corrupção.
A declaração rebate as críticas do vice-premiê e ministro dos Transportes, Matteo Salvini, que expressou preocupação de que a compra de armamentos americanos para fornecer a Kiev pudesse alimentar práticas ilícitas.
O receio do líder do partido ultranacionalista Liga está ligado à recente demissão dos ministros da Energia e da Justiça da Ucrânia, determinada pelo presidente Volodymyr Zelensky em razão de um suposto esquema de lavagem de dinheiro.
“Entendo as preocupações de Matteo Salvini, mas não julgo um país por duas pessoas corruptas, assim como os americanos e britânicos que desembarcaram na Sicília – na Segunda Guerra Mundial – não julgaram a Itália pela presença da máfia, mas vieram para ajudar os italianos honestos”, disse Crosetto.
Segundo ele, é “exatamente isso” que a Itália está “fazendo na Ucrânia ? tentando ajudar os civis que sofrem 93% dos ataques russos.” As declarações foram feitas à margem da reunião de Defesa do grupo E5, realizada em Berlim, que reuniu representantes da Alemanha, França, Itália, Polônia e Reino Unido.
Crosetto destacou ainda que a Rússia está travando uma guerra contra civis ucranianos, citando dados apresentados pela alta representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança, Kaja Kallas, segundo os quais 93% dos ataques russos atingem alvos civis.
“Não há nada de militar nisso”, enfatizou o ministro em coletiva de imprensa ao fim da cúpula. “Esta é uma guerra da Rússia contra cidadãos ucranianos. E a Europa percebeu isso desde o início. É por isso que estamos ao lado da Ucrânia. A guerra só está acontecendo por causa do desejo expansionista de Putin”, concluiu. (ANSA).