ROMA, 20 FEV (ANSA) – O ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Carlo Calenda, chamou de “gentalha” os dirigentes da Embraco, empresa brasileira que fechará uma fábrica nos arredores de Turim e demitirá quase 500 funcionários.

A declaração foi dada na última segunda-feira (19), após uma reunião em Roma com o comando da companhia, que rejeitou uma oferta do governo para desistir do corte. “A Embraco confirmou uma postura de total irresponsabilidade. Suas motivações demonstram uma falta de atenção ao valor das pessoas e à responsabilidade social da empresa. Agora não recebo mais essa gentalha, estou cheio deles”, disse Calenda.

A Embraco é uma fabricante brasileira de compressores para refrigeradores pertencente à multinacional norte-americana Whirlpool. Há 10 anos, sua fábrica em Riva presso Chieri, na província de Turim, empregava mais de mil funcionários, número que hoje é de 530.

No entanto, a empresa pretende transferir a unidade para a Eslováquia e demitir 497 empregados, mantendo apenas uma filial comercial na Itália. A decisão da Embraco gerou uma onda de críticas sobretudo porque, em 2014, a companhia recebera financiamentos públicos para continuar operando no país.

O governo chegou a propor que a empresa cancelasse as demissões e colocasse os trabalhadores na “caixa integração”, quando parte dos salários é bancada pelo poder público. Tal medida faria os dois lados ganharem tempo para negociar uma solução definitiva, mas a Embraco rejeitou a ideia.

A proposta do grupo é readmitir os funcionários com contratos de meio período até novembro, o que os prejudicaria em termos de benefícios sociais e aposentadoria. “A proposta sobre a passagem dos trabalhadores para part-time é inaceitável”, afirmou Calenda.

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Nesta terça-feira (20), um empregado da Embraco há 25 anos, Daniele Simoni, se acorrentou nos portões da fábrica. “Enquanto tiver uma chance, não desistirei”, afirmou. Já o ministro do Desenvolvimento garantiu que está trabalhando “em todos os níveis” para encontrar uma solução.

Calenda acionou até a União Europeia para descobrir o que a Eslováquia ofereceu para garantir a fábrica da Embraco. (ANSA)


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