Um ministro de extrema direita de Israel pediu, nesta segunda-feira (29), que o Exército conserve “a liberdade total de ação” em Gaza em caso de cessar-fogo, antes de uma reunião entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington.
Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e líder do partido Sionismo Religioso, crucial para que Netanyahu mantenha a maioria no Parlamento, publicou na rede social X uma série de “linhas vermelhas” que afirma ter transmitido ao primeiro-ministro israelense.
Trump recebe nesta segunda-feira o primeiro-ministro israelense na Casa Branca, pouco depois de prometer um “acordo” sobre Gaza.
A proposta americana de 21 pontos, que Trump já apresentou a Netanyahu e a vários líderes árabes e muçulmanos, prevê, segundo uma fonte diplomática, um cessar-fogo permanente no território palestino, a libertação dos reféns israelenses, a retirada israelense e uma futura administração da Faixa de Gaza sem o Hamas.
Smotrich reiterou nos últimos meses sua oposição a um acordo, mesmo indireto, com o movimento islamista palestino, cujo ataque sem precedentes, em 7 de outubro de 2023, contra Israel desencadeou a guerra em Gaza.
Smotrich declarou nesta segunda-feira que o Exército israelense deve manter uma “liberdade total de ação em toda a Faixa de Gaza”.
Também se opôs ao retorno da Autoridade Palestina ao território palestino, como recomendam vários nomes da comunidade internacional, assim como a um possível envolvimento do Catar, país mediador e aliado dos Estados Unidos, na futura administração do território palestino.
Em sua longa mensagem, Smotrich também expressou esperança de que Washington apoie o projeto de anexação de “Judeia e Samaria”, o nome bíblico usado por alguns políticos israelenses para citar a Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.
Trump, no entanto, vetou categoricamente a possibilidade: “Não permitirei que Israel anexe a Cisjordânia (…) isso não acontecerá”, afirmou o presidente na quinta-feira.
glp-crb/dms/mdh/feb/pb/an/fp/aa