O União Brasil afastou o ministro do Turismo, Celso Sabino, das atividades do partido por 60 dias em punição por sua decisão de permanecer no governo Lula (PT). A direção da legenda discutirá sua expulsão neste período, conforme decisão publicada nesta quarta-feira, 8, após reunião da executiva nacional.
Desde o anúncio de que formariam uma federação, União e PP ordenaram seus filiados a deixarem os cargos na Esplanada dos Ministérios. A determinação valia para Sabino e para André Fufuca (PP), ministro do Esporte.
Nesta quarta, o chefe do Turismo anunciou que continuaria na pasta, disse ter apoio de “boa parte da bancada” de correligionários e afirmou que a sigla cometeu “decisões equivocadas”, mas que acreditava na possibilidade de diálogo. Fufuca também decidiu seguir no cargo.
Ambos acabaram punidos. O ministro do Esporte foi afastado das decisões partidárias e da vice-presidência nacional do PP, que reafirmou que “não fez e não fará” parte da gestão petista.
Ministro da ordem à rebeldia
Desde que União e PP formalizaram a ruptura com o Palácio do Planalto, o recrudescimento da popularidade do governo, a dificuldade para construir unidade na oposição e as ambições eleitorais dos ministros filiados se tornaram entraves para o cumprimento da ordem de saída.
Sabino chegou a entregar sua carta de demissão, mas passou a se movimentar para ficar no cargo ao menos até a COP30, que será realizada em novembro, em Belém, e é vista como uma boa vitrine para sua ambição de concorrer a senador pelo Pará, em 2026, com o apoio de Lula.