Ministro do Turismo diz que ficará no governo Lula apesar de ordem do União Brasil

Pressionado a sair, Celso Sabino afirmou ter confiança do presidente e apoio de 'boa parte da bancada' do partido

Celso Sabino, ministro do Turismo de Lula
Celso Sabino, ministro do Turismo de Lula Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), afirmou que continuará no governo Lula (PT) apesar da determinação partidária para deixar o cargo.

“Tenho a confiança do presidente Lula e o apoio de boa parte da bancada [do União], estamos trabalhando com o diálogo, buscando junto à administração do partido esse entendimento (…) acredito que o partido tomou decisões equivocadas, açodadas, mas que há tempo ainda para buscar o diálogo“, disse o ministro a jornalistas nesta quarta-feira, 8. “Um partido político precisa estar antenado ao que o povo quer“.

Por que o ministro ficou

Com federação anunciada em agosto, PP e União Brasil determinaram que seus filiados deveriam deixar a Esplanada dos Ministérios em um movimento de migração para a oposição federal. A ordem valia para Sabino e André Fufuca (PP), do Esporte, que são deputados federais licenciados.

Desde então, com o recrudescimento da popularidade do governo, a dificuldade para construir unidade na oposição e as ambições eleitorais dos ministros colocadas, a debandada vem sendo adiada.

Sabino chegou a entregar sua carta de demissão, mas tem articulado para ficar no cargo ao menos até a COP30, que será realizada em novembro em Belém e é vista como uma boa vitrine para sua ambição de concorrer a senador pelo Pará, em 2026, com o apoio de Lula. A direção nacional do União Brasil discute nesta quarta a possibilidade de expulsá-lo da legenda.

Ministro do Turismo diz que ficará no governo Lula apesar de ordem do União Brasil

O ministro do Esporte ao lado de Lula

Fufuca foi punido pelo partido

Pouco após a declaração do colega de Esplanada, o PP afastou André Fufuca das decisões partidárias e da vice-presidência nacional da sigla para punir sua decisão de ficar no cargo.

“O partido reitera o posicionamento de que não fez e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”, escreveu o senador Ciro Nogueira (PI), presidente da legenda.

Procurado pela IstoÉ para comentar a decisão, Fufuca não respondeu até a publicação desta notícia. O espaço segue aberto à manifestação. Em cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida no Maranhão, ao lado do petista, o ministro afirmou que apoiará sua reeleição. “Minha alma, meu coração e minha força de vontade estarão livres para brigar a ajudar Lula a ser [reeleito] presidente“, disse ele, que tem sido incluído em pesquisas de intenção de voto para o Senado no estado.