Marcelo Álvaro Antônio (PSL), deputado federal mais votado em Minas Gerais e atualmente ministro do Turismo, utilizou um esquema de candidaturas laranjas para direcionar verbas públicas de campanha para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com a publicação, o PSL de Minas Gerais repassou R$ 279 mil a quatro candidatas que figuraram entre as 20 candidatas do partido que mais receberam dinheiro público no país. Juntas, no entanto, elas receberam pouco mais de 2 mil votos. O caso é um indicativo de candidatura de fachada, com a simulação da campanha, mas sem a busca de votos.

Dos R$ 279 mil repassados pelo PSL, cerca de R$ 85 mil foram parar na conta de quatro empresas que pertencem a assessores, parentes ou sócios de assessores do hoje ministro de Jair Bolsonaro. Alguns participantes dos comitês de campanha, de acordo com a Folha,  dizem nunca terem visto as candidatas.

Através de sua assessoria, o ministro Marcelo Álvaro Antônio declarou que a distribuição do fundo partidário do PSL-MG “cumpriu rigorosamente o que determina a lei” e que “refuta veementemente a suposição com base em premissas falsas de que houve simulação de campanha com laranjas”. O ministro, no entanto, não respondeu a perguntas como a dos critérios adotados para a escolha das candidatos ou o volume de recursos repassados.