SANTIAGO DO CHILE, 30 OUT (ANSA) – O ministro da Justiça do Chile, Hernán Larraín, admitiu na noite desta terça-feira (29) que as autoridades possivelmente violaram os direitos humanos nos protestos deflagrados no país, os quais deixaram 20 mortos. A declaração foi dada após reunião entre o político e representantes do Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH), que denuncia os abusos nas manifestações. “Produziram-se situações que aparentemente parecem ser violações de direitos humanos”, reconheceu.
Segundo Larraín, o governo não quer que o “Chile tenha nenhum atentado ao necessário respeito aos direitos das pessoas”.
“Entendemos a urgência de manter a ordem pública, mas não vamos aceitar que haja violação aos direitos humanos dos chilenos”. A admissão acontece no momento em que a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, anunciou o envio de uma missão para verificar o caso. De acordo com dados oficiais, no período em que o presidente Sebastián Piñera decretou estado de emergência e toque de recolher, 20 pessoas morreram, 745 policiais e 473 civis ficaram feridos. Ao todo há 54 queixas de tortura e 18 denúncias de violência sexual. Além disso, 2073 chilenos foram detidos, 26 ônibus incendiados e quase 50 estações de metrô depredadas. Os protestos no país foram desencadeados após o aumento das tarifas de metrô de Santiago, medida que já foi revogada. Apesar do recuo do governo e da troca de oito ministros, os protestos continuam no território chileno para demonstrar o descontentamento social dos cidadãos. Itália – O governo italiano lamentou nesta quarta-feira (30) a escalada de violência no Chile em decorrência da série de protestos e afirmou que tem acompanhado o caso com “grande atenção, interesse e preocupação”.
Segundo a vice-ministra das Relações Exteriores, Marina Sereni, o protesto social dentro da lei é certamente legítimo, mas deve permanecer pacífico. “É um fato muito positivo que foi o próprio governo chileno que convidou o Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos para enviar uma missão ao país para a verificação de violações”.
A política italiana ainda informou que a Itália tem fornecido apoio e assistência aos seus cidadãos no Chile, tanto moradores quanto turistas, desde o início das manifestações. Além disso, representantes do país europeu irão ao território chileno na tentativa de ajudar a firmar um diálogo com o povo. (ANSA)