Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) – O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, defendeu pelas redes sociais que o Brasil exija a comprovação de vacinação contra Covid-19 de estrangeiros que queiram entrar no país, em linha com uma recomendação feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não acatada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

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No sábado, Tarcísio defendeu a jornalistas que se adote restrições mais duras a viajantes que não estão completamente vacinados contra a Covid, o que o levou a ser criticado por apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais.

“A gente tem defendido a abertura, isso não só aqui no Brasil, para aquelas pessoas que estejam com a imunização completa com as vacinas reconhecidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde)”, disse a jornalistas.

“Entendo que isso é importante para as economias de todos os países. Restrição é diminuição das exigências sanitárias para aqueles que estão com a imunização completa e procedimentos mais rígidos, do ponto de vista sanitário, maiores restrições, para aqueles que não têm imunização completa. É nessa linha que a gente vai seguir”, disse ele.

Diante das críticas de apoiadores do presidente, Tarcísio disse ser contra o lockdown ou a obrigatoriedade da vacinação –em linha com o que defende Bolsonaro– mas insistiu na defesa da exigência da vacinação para que estrangeiros entrem no Brasil.

“Sou contra lockdown e obrigatoriedade de vacinação. Apenas defendi que melhor do que falar em fechamento de fronteiras, para voos internacionais, seria melhor cobrar a vacinação dos estrangeiros que chegam ao Brasil. Seria uma forma de manter os voos”, respondeu ele, na noite de domingo, diante de críticas.

Bolsonaro afirma não ter se vacinado contra a Covid e alega, em contraste com as evidências científicas, que pessoas que contraíram e se recuperaram da doença como ele têm maior proteção contra o coronavírus do que a proporcionada pelas vacinas.

O Ministério da Infraestrutura é uma das pastas do governo responsáveis por analisar a recomendação da Anvisa para que seja exigido de estrangeiros a comprovação de vacinação para entrar no Brasil.

Os outros ministérios envolvidos são o da Saúde, da Casa Civil e da Justiça, cujo titular, Anderson Torres, já se manifestou contra a recomendação da agência, alegando que a vacina não impede a transmissão do vírus.

Apesar de não serem 100% efetivas para evitar contrair a Covid-19, as vacinas aplicadas no Brasil e em outros países se mostraram capazes de reduzir quadros graves da doença, além de internações e mortes.

Além disso, as vacinas reduzem a circulação do vírus e, com isso, diminui a chance de surgirem novas variantes, como a ômicron, identificada na semana passada na África do Sul e que tem levado à adoção de restrições de viagens por vários países, inclusive do Brasil, que restringiu voos e viajantes de países vindos do sul da África.

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