O ministro britânico da Imigração, Robert Jenrick, renunciou nesta quarta-feira (6) ao cargo após a publicação de um controverso projeto de lei sobre o envio de migrantes para Ruanda e expressou seu “profundo desacordo com a orientação” do governo conservador.

Sua renúncia reforça a pressão da ala mais à direita do governo sobre o primeiro-ministro, Rishi Sunak, para endurecer a luta contra a imigração ilegal antes das eleições previstas para 2024.

“Com grande tristeza, escrevi ao primeiro-ministro para apresentar minha renúncia como ministro da Imigração. Não posso continuar no cargo quando estou em profundo desacordo com a orientação da política do governo em matéria de imigração”, escreveu Jenrick na rede social X.

O projeto de lei, que será apresentado nesta quinta-feira ao Parlamento, permitiria classificar Ruanda como um “país seguro” para enviar migrantes que chegaram ilegalmente ao solo britânico.

Jenrick estava ausente durante a apresentação aos parlamentares nesta quarta-feira à tarde desse projeto pelo ministro do Interior, James Cleverly.

A ex-ministra do Interior, Suella Braverman, pediu a Sunak que fosse mais longe na luta contra uma imigração “ilegal em massa e descontrolada”, mesmo que isso signifique se afastar dos acordos internacionais.

Reino Unido e Ruanda assinaram na terça-feira um novo tratado na tentativa de reviver a controversa proposta de Londres de expulsar migrantes para este país africano, três semanas após o tribunal rejeitar um projeto anterior.

Em 15 de novembro, os juízes superiores do Reino Unido rejeitaram o recurso do governo, decidindo que o Tribunal de Apelação estava certo ao concluir que Ruanda não poderia ser considerada um terceiro país seguro.

“Está claro que Ruanda é um país seguro, e estamos trabalhando arduamente para levar adiante esta parceria a fim de deter as embarcações [que cruzam o Canal da Mancha] e salvar vidas”, declarou Cleverly na terça-feira.

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