Por Germano Oliveira
Colaborou: Marcos Strecker

A posse do ministro Flávio Dino no STF na última quinta-feira, 22, foi emblemática. Como uma das mais concorridas da história, quase 1.000 pessoas abarrotaram as dependências do tribunal, que precisou instalar telões e disponibilizar cadeiras no lado externo do plenário. Dino não discursou a pedido do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que também abriu mão da formalidade, extensiva ainda ao presidente Lula. Mas quando o novo ministro entrou no plenário, escoltado por Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, foi aplaudido, de pé, por minutos a fio. Mostrou todo o seu carisma. Porém, a verdadeira festa de Dino foi realizada na catedral de Brasília, em missa celebrada pelo arcebispo dom Paulo Cezar Costa, que pediu o fim da intolerância e a pacificação nacional.

Diversidade

Na missa, Dino fez um rápido pronunciamento. Disse que, embora católico, será ministro para todas as religiões. Lembrou que estavam presentes na igreja vários ministros evangélicos, como Jorge Messias e André Mendonça. Deixou claro que não se pautará por decisões ideológicas ou baseadas em crenças, mas que somente seguirá o que diz a Constituição.

Bolsonaro

Dino, contudo, terá pela frente, em breve, sua primeira saia justa. Entre os 340 processos deixados para ele despachar está o que julgará Bolsonaro pelos crimes cometidos por ele com base no relatório da CPI da Pandemia. O ex-presidente deve ser condenado. Pior. O pai de Dino morreu de Covid-19 quando Bolsonaro se recusava a comprar vacinas.

Campeã em alfabetização

(Divulgação)

São Bernardo do Campo recebeu, na semana passada, o prêmio de destaque em alfabetização por ser uma das principais cidades do estado com maior percentual de estudantes leitores. Segundo a Secretaria de Educação, 64% dos alunos do 2° ano do município sabem ler e escrever. O prêmio foi entregue pelo governador Tarcísio de Freitas ao prefeito Orlando Morando, que estava acompanhado da deputada Carla Morando.

Rápidas

O ex-governador Rodrigo Garcia está de volta à política, depois de um ano sabático. Na segunda-feira, 26, teve uma longa conversa com o governador Tarcísio de Freitas, e anda costurando acordos com Marco Vinholi, que deve ser o novo presidente do PSDB estadual de SP.

O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Raul Jungmann, foi nomeado presidente do Lide Mineração. O ex-ministro de Segurança Pública e de Defesa de Temer passa a integrar também o comitê de gestão do Lide.

O IBGE prepara-se para divulgar os dados oficiais do crescimento do PIB brasileiro. A expectativa do mercado é que a economia tenha crescido, em 2023, entre 2,6% a 3,4%, Extraoficialmente, há economistas apostando em 3%.

Não chamem para a mesma mesa os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA) e Jaques Wagner (PT-BA). O ex-presidente do Senado ficou furioso por não ter sido escolhido relator da CPI da Braskem.

Retrato falado

(Evaristo Sá / AFP)

Ex-presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques diz que a violência imposta pelo crime organizado afugenta investidores. Segundo ela, o desafio das autoridades é estruturar um sólido programa para combater a violência. O risco é que se nada for feito, o País acumulará perdas econômicas cada vez maiores, além de deteriorar a qualidade de vida da população, até se chegar a um ponto de não retorno, o que afetaria decisivamente o futuro do País e o crescimento econômico.

Bolsonaro arregou

Bolsonaro confirmou a velha máxima da Tchutchuca. Após bravatear, em 2021, dizendo que o ministro Alexandre era “canalha” e que não iria mais respeitar suas decisões, no evento deste domingo, 25, na av. Paulista, o ex-presidente portou-se como cordeirinho. Pediu para que seus seguidores não levassem faixas contra o STF e quando discursou não atacou o ministro, coisa que deixou para seu guia espiritual, o pastor Silas Malafaia. Mesmo assim, o pastor pegou leve. Foi prudente. Afinal, Alexandre montou um “gabinete de crise” com vários assessores para monitorar o que cada um falava no ato. Se alguém passasse dos limites, poderia sair preso da Paulista.

Apoio pífio

Além de Malafaia, Michelle Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas e dois deputados do PL (Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira), ninguém mais discursou em defesa de Bolsonaro. Nem os governadores Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Jorginho Mello (SC). Nem mesmo o prefeito Ricardo Nunes (SP) se atreveu.

(Divulgação)

Lula pressionado

O presidente quer eleger prefeitos nas maiores capitais, mas não abre mão da vitória em três delas: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Enquanto que em SP e RJ as coisas estão mais ou menos bem encaminhadas, o nó agora está em BH. O PT já lançou o nome do deputado Rogério Correia, mas o prefeito Fuad Noman (foto acima) não está gostando nada disso.

Candidato à reeleição

Fuad está fazendo uma boa gestão e quer tentar um segundo mandato. Pior. O PSD, seu partido, é aliado de Lula no governo federal, onde tem três ministérios. Assim, Lula está numa enrascada. Ou apoia a candidatura de seu amigo Rogério Correia ou entra de cabeça na reeleição do prefeito Fuad. Poderá ter que abrir mão da cabeça de chapa.

Os embaixadores da educação

(Divulgação)

O Ecossistema Ânima, especializado em educação, está lançando uma campanha em que os principais personagens são os influencers Gil do Vigor (foto) e Débora Aladim, considerados os embaixadores da promoção. Movidos pela educação, os influenciadores enfatizam os diferenciais das instituições do grupo, que incluem ensino inovador e que une a sala de aula à prática do mercado de trabalho.

Toma lá dá cá: João Amoêdo, ex-presidente do Novo

João Amoêdo, ex-presidente do Novo (Crédito:Rafael Roncato/Folhapress)

Entende que o Novo deveria romper com Bolsonaro?
Considerando o Novo como foi fundado, a resposta seria sim. Entretanto, o Novo atual é completamente diferente daquele fundado em 2011. Nosso objetivo era construir uma instituição baseada em princípios, que foram abandonados.

Acha que as provas apontadas até agora contra Bolsonaro o colocam mais próximo da prisão?
A operação da PF trouxe provas robustas de uma tentativa de golpe de Estado para subverter o resultado das eleições, Parece-me difícil que ele não venha a ser preso.

Acredita que, com Bolsonaro inelegível, há espaço para uma candidatura de centro?
Espaço e demanda existem. Infelizmente, há no Brasil uma enorme ausência de lideranças.