O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, será investigado após a autorização da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito foi um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A PGR havia apresentado no último mês de abril, uma notícia-crime contra Salles na qual alegou que o ministro tentou atrapalhar a apuração da maior apreensão de madeira no Brasil, deflagrada na Operação Handroanthus.
A informação foi protocolada pelo delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, então superintendente da PF no Amazonas. Após o ato, o governo mudou o comando do órgão no estado.
Com base nas informações, Cármen Lúcia decidiu que “a veracidade e a autoria” da notícia-crime será averiguada e considerou “imprescindível” a análise das alegações mencionadas contra o ministro.
“A investigação penal é dever jurídico do Estado e constitui resposta legítima do ente estatal ao que se contém na notícia do crime. A indisponibilidade da pretensão investigatória do Estado impede que os órgãos públicos competentes ignorem o que se aponta na notícia, sendo imprescindível a apuração dos fatos delatados, com o consequente e necessário aprofundamento da investigação estatal e conclusão sobre o que noticiado”, escreveu.
Vale lembrar que o ministro do Meio Ambiente já foi alvo da Operação Akuanduba, também da PF, que foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A investigação contra Salles apura se há facilitação para a exportação ilegal de madeira do Brasil para os Estados Unidos.
Em sua defesa, Salles considerou a notícia-crime como “infundada” e comunicou ter participado de uma reunião com empresários para conversar sobre a Operação Handroanthus.