O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) vai investigar a enfermeira Nathana Ceschim, que postou vídeos debochando da vacina contra a Covid-19 e sem usar máscara no local de trabalho.

De acordo com a promotora Inês Thomé, o MPES vai instaurar um procedimento administrativo para acompanhar tanto o que está sendo feito no âmbito do hospital onde a enfermeira trabalha quanto o que o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES) está apurando sobre o caso.

“O Ministério Público repudia qualquer ato neste sentido, mesmo porque nós estamos em meio a uma pandemia e a vacina é uma vitória da ciência. Nós precisamos nos imunizar para que a gente possa não só resguardar a nossa vida como a vida de todas as pessoas que circulam no meio de nós”, afirmou Inês.

Segundo o G1, o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, onde a enfermeira trabalha, abriu uma investigação para apurar a conduta após ela publicar nas redes sociais um vídeo em que aparece sem máscara no posto de trabalho, durante o expediente.

No registro feito por Nathana, ela aparece de touca cirúrgica, em frente a um computador da unidade. Horas antes, ela publicou um vídeo em que desdenhava da aplicação da vacina CoronaVac. Um comprovante exibido na rede social aponta que a mulher tomou a vacina contra a Covid-19 no dia.

“Tomei por conta que eu quero viajar, não para me sentir mais segura. Porque uma vacina que dá 50% de segurança para mim não é uma vacina. Tomei foi água”, falou Ceschim.

O Hospital da Santa Casa disse que “irá tomar as medidas necessárias para garantir a segurança de seus pacientes e a manutenção das normas e condutas fundamentais para o bom atendimento assistencial”.

Sobre a fala de Nathana, a unidade de saúde afirmou que não compactua com este tipo de pensamento e que sempre defendeu a ciência. “Não seria agora que mudaria sua postura, em um momento tão difícil que todos estamos enfrentando. Acreditamos sim na vacina e esperamos que, em breve, não só os funcionários, mas toda a sociedade possa ser imunizada”, diz a nota do hospital.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Espírito Santo informou que “lamenta o posicionamento de qualquer profissional da saúde que desacredite da ciência em prol da vida”.

Nésio Fernandes, secretário estadual de Saúde, escreveu sobre o caso em uma rede social. “Repudiamos toda e qualquer expressão de negação da ciência, da expressão de futilidades desnecessárias ao comportamento exemplar que se espera dos trabalhadores da saúde. Somos preparados para salvar vidas, não para sabotá-las”, explicou.

O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informou que repudia a conduta da enfermeira e que já determinou abertura de procedimento ético para apurar o caso.

“É inaceitável que, após onze meses de enfrentamento à pandemia e em defesa da vida, um profissional de enfermagem se posicione nas redes sociais de forma irresponsável e inconsequente, comprometendo a ciência, a saúde e a vida das pessoas. A apuração, com amplo direito de defesa, será com base no Código de Ética da Enfermagem. As penalidades previstas vão de advertência à cassação do registro profissional”, informa parte da nota.