O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) negou as acusações feitas por servidores de que supostos assédios morais e sexuais faziam parte da rotina do órgão.

Resumo:

  • Funcionários e ex-servidores do MPSP relatam que teriam sofrido assédio por parte de integrantes do órgão;
  • Eles resolveram expor os casos após um funcionário ter se suicidado;
  • MPSP refuta os relatos.

Nesta sexta-feira, 23, o portal Metrópoles divulgou uma reportagem na qual informou que, nos últimos dois meses, ouviu 12 servidores e três ex-funcionários do MPSP que afirmaram terem sofrido assédio moral ou sexual de alguns integrantes do órgão.

Os relatos apontam uma suposta rotina de intimidações, xingamentos, ameaças, sobrecarga de trabalho, desvio de função, falta de acolhimento, omissão dos superiores e punição aos denunciantes.

Os funcionários afirmam que resolveram falar sobre os assédios porque o MPSP teria se omitido em relação aos casos extremos, como o de um analista, de 48 anos, que se matou no prédio do órgão em junho de 2022.

O Metrópoles teve acesso ao boletim de ocorrência que informa que o funcionário enfrentava um quadro de depressão. “Ele (servidor que se matou) estava preocupado porque, no mesmo dia, um outro analista havia sido demitido a bem do serviço público e ele, em razão da doença, achou que teria o mesmo fim”, informou uma representação enviada por um servidor ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) dois dias depois do suicídio.

Os servidores ainda ressaltaram que o MPSP teria tratado o caso como um fato isolado.

O que diz o MPSP?

O MPSP informou por meio de uma nota pública que os relatos não retratam a realidade. “A se lamentar que a desinformação parta de poucos servidores que, desrespeitando os profissionais que fazem o Ministério Público, atacam a instituição, o que equivale a atacar aqueles que a integram”, completou.

O órgão ressaltou que pune os autores de qualquer ato indevido.