O Ministério Público da Venezuela informou nesta segunda-feira (21) que abriu uma investigação sobre denúncias de “torturas” contra os migrantes desse país enviados pelos Estados Unidos à mega prisão para membros de gangues em El Salvador.
Esses 252 venezuelanos foram repatriados na última sexta-feira como parte de uma troca de prisioneiros entre Washington e Caracas, que, por sua vez, libertou 10 cidadãos e residentes americanos detidos na Venezuela.
“Decidimos abrir uma investigação formal”, disse o procurador-geral Tarek William Saab, que apontou diretamente para o presidente salvadorenho, Nayib Bukele. “Faço um apelo ao Tribunal Penal Internacional, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, aos organismos correspondentes, tanto da América quanto do mundo, para que façam o mesmo, façam sua parte”.
Saab indicou que 80 funcionários do Ministério Público entrevistaram os migrantes em seu retorno ao país. Os depoimentos coletaram denúncias de abusos sexuais, agressões diárias, uso de balas de borracha e alimentos estragados.
“Eles fizeram denúncias graves de violações massivas de seus direitos humanos sofridas no Centro de Confinamento do Terrorismo”, o temido Cecot, afirmou Saab.
Esses venezuelanos repatriados foram acusados de pertencer ao Tren de Aragua, uma gangue criminosa que Trump declarou como “organização terrorista”.
O presidente republicano invocou uma lei de inimigos estrangeiros de 1798 para expulsar os venezuelanos rapidamente em março.
jt/nn/lm/dd