O Primeiro Comando da Capital (PCC) enfrenta um dos piores rachas internos de sua história. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), já são nove mortos na nova guerra interna. Até agora nenhum corpo foi encontrado.

De acordo com o UOL, um dos corpos desaparecidos é de Nadim Georges Hanna Awad Neto, de 42 anos, conhecido como Naldinho. Ele sumiu no mês passado. O carro dele foi localizado na Vila Maria, zona norte de São Paulo, um dia depois.

Além de Naldinho, o MPE apurou que, entre os outros desaparecidos, três têm apelidos de “Quadrado”, “Ceará” e “Prestígio” e eram ligados a Nadim.

Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, em São Paulo, afirmou que o racha do PCC nas ruas já é uma realidade e a morte de Nadim é uma prova disso. “Ele era o número dois do PCC nas ruas e muito considerado pelos demais integrantes. Estava abaixo apenas de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta”, disse.

Segundo Lincoln, Naldinho desapareceu, e provavelmente foi morto, após cobrar explicações sobre planilhas apreendidas pelo MPE antes e durante a deflagração da Operação Sharks, realizada em setembro de 2020. Para Gakiya, a facção criminosa enfrenta novo racha porque alguns dos envolvidos na Operação Sharks, foragidos na Bolívia, estão usando a estrutura do PCC para fazer tráfico internacional de drogas particular.

“Na minha opinião, já há esse racha e isso vai ter desdobramento tanto dentro quanto fora do sistema prisional”, concluiu o promotor.

Em fevereiro de 2018, o PCC já havia enfrentado uma guerra interna após os assassinatos de Gegê do Mangue e Paca. O narcotraficante Wagner Ferreira da Silva, conhecido como Cabelo Duro, apontado pela Polícia Civil do Ceará como o homem que coordenou a matança dos dois integrantes da cúpula da facção, foi morto uma semana depois com tiros de fuzil.

O parceiro de Wagner, José Adnaldo Moura, o Nado, sumiu e até hoje o corpo dele não foi encontrado. Cláudio Roberto Ferreira, o Galo, outro integrante do PCC, suspeito de participar da emboscada contra Cabelo Duro, morreu também no Tatuapé com ao menos 70 tiros de fuzil.