A tendência para o turismo de natureza já não é mais novidade. São milhares os textos, matérias e pesquisas que constatam que a pandemia trouxe uma necessidade das pessoas se sentirem mais emocionalmente ligadas aos destino e neste caso, o valor para turismo de paisagem aumenta. O turismo de luxo não será mais ligado à ostentação e sim a experiências únicas que envolvem o bem-estar físico e mental. Embarcados na teoria certeira, principalmente depois que o IBGE mostrou um aumento de 18,2% de crescimento no turismo nacional, ligado é claro ao avanço das vacinas no país,  o Ministério do Turismo entra com cards, vídeos, mídias digitais, TV aberta e sites com o slogan “Viaje pelo Brasil. Gigante pela própria natureza”. 

Se tem um país com grande potencial ecoturístico nesse mundo, sabemos que é o Brasil. Riquíssimo em biomas como Amazônia, Pantanal, Cerrado e uma extensa faixa litorânea, provavelmente colocará o país na lista vip dos visitantes estrangeiros, e provavelmente receberá uma maior procura pelos brasileiros também, visto que a idéia do “escapismo” vividos antigamente também diminui, e muito.

“Sabemos que o Brasil ocupará um lugar de destaque no cenário pós-pandemia com seu enorme potencial de turismo de natureza, que será a grande tendência dos viajantes”, ressaltou o ministro Gilson Machado Neto.

Se o Brasil começa a descobrir no turismo uma saída para economia, o que realmente é considerável (uma vez que é um país que só pensa em agro) como proteger nossos biomas e natureza, nossas centenas de parques nacionais, praias e todos os atrativos do turismo de massa, poluição e devastação? Como trabalhar mais a qualidade e menos a quantidade? Como fazer para que nossas riquezas permaneçam intactas sem sofrer depredação? É uma grande preocupação.

Segundo o Ministro, as peças publicitárias retratarão a importância de se praticar um turismo consciente, sustentável e seguro. As ações passarão também pela concessão dos parques nacionais e implementação da chamada RedeTrilhas – uma iniciativa do Governo destinada a conectar pontos de interesse do patrimônio cultural e natural brasileiro por meio de trilhas de longo curso em todo o país. As iniciativas todas, na teoria, parecem muito interessantes. Mas quando se juntam ao (atual) Ministério do Meio Ambiente, é preocupante, pois não há sinal algum de interesse à preservação vindo de lá. Aliás, é preciso atentar para o marketing verde e às empresas que usam a palavra sustentabilidade sem nem saber o que isso significa. O discurso de “produtos amigos do meio ambiente”, “nossa produção não agride a natureza”, “usamos apenas materiais recicláveis” vende, e muito. Mas precisamos ficar de olho em ações concretas, nos projetos de preservação, na preocupação com nossos biomas. Afinal. é um paradoxo o Pantanal estar esquecido em meio às queimadas, a Amazônia estar pautada em desmatamento e esquemas de grilagem, e o Ministério do Turismo promovendo campanha sustentável de turismo de natureza. Oremos.

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