O Ministério do Interior da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, relatou, nesta segunda-feira (18), pelo menos 20 mortos em uma operação contra “quadrilhas” que saqueiam a ajuda humanitária que chega a este território palestino devastado pela guerra.

“Mais de 20 membros das quadrilhas de ladrões envolvidas no saque de caminhões de ajuda humanitária morreram em uma operação realizada pelos serviços de segurança com a cooperação dos comitês tribais”, informou em um comunicado.

“A operação de segurança de hoje não será a última”, acrescentou o ministério, que relatou que o fenômeno dos roubos de caminhões “impactou gravemente a sociedade e provocou indícios de fome no sul de Gaza”.

Uma fonte do Hospital Europeu de Khan Yunis disse à AFP nesta segunda-feira que foram recebidos corpos de 15 pessoas mortas em incidentes relacionados à operação contra os saques.

Uma fonte do Ministério do Interior afirmou à AFP que os cerca de 20 mortos estavam ligados ao saque realizado no sábado contra um comboio do Programa Mundial de Alimentos (PMA) que levava ajuda para Gaza.

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, informou nesta segunda-feira, em uma coletiva de imprensa em Nova York, que dos 109 caminhões que entraram por Kerem Shalom, apenas 11 chegaram aos depósitos de distribuição.

Israel impôs um cerco total a Gaza no início do conflito em outubro de 2023, dificultando a distribuição de ajuda devido à falta de combustível.

A esse obstáculo se somaram os danos nas estradas, os roubos de carga e os combates intensificados neste território palestino, onde vivem cerca de 2,4 milhões de pessoas.

Várias fontes de organizações humanitárias, que falaram com a AFP sob condição de anonimato, afirmam que cerca de metade da ajuda que chega a Gaza é saqueada.

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