Breaking news: o Ministério da Saúde revela que a cloroquina não funciona no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus. A notícia foi divulgada nesta quarta-feira, 14, mais de um ano depois do início da pandemia que já matou mais de 535 mil pessoas no Brasil. A informação consta em documentos do ministério enviados só agora à CPI da Covid, que investiga ações e omissões do governo Bolsonaro ao longo da maior crise sanitária da história.

A informação chega com mais de um ano de atraso. Desde o início da pandemia, em março do ano passado, cientistas do mundo inteiro já haviam provado que a cloroquina não tinha qualquer eficiência no combate à Covid. Aliás, nenhum outro medicamento do “kit covid“, como a ivermectina e a azitromicina, amplamente propagandeados por Bolsonaro, funciona no combate ao novo vírus.

O posicionamento oficial do Ministério da Saúde em relação a essas substâncias é a prova cabal da existência de um grupo paralelo que aconselhou o capitão durante toda a pandemia. Afinal, o tratamento precoce com esses medicamentos ineficazes foi a solução apresentada pelo gabinete composto por políticos negacionistas, médicos tão obscurantistas quanto essas autoridades e empresários antivacina – único método cientificamente comprovado para controlar a proliferação do vírus.

É uma pena que “grandes” descobertas no Brasil – como a ineficácia da cloroquina – sejam sempre tão tardias quanto as decisões do presidente Jair Bolsonaro. Neste caso, a demora custou caro: meio milhão de vidas. Até agora, porque, pelo andar da carruagem, a tendência é de que essa fatura seja ainda maior.