O Ministério da Saúde confirmou 225 registros de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica no Brasil. O número, divulgado nesta domingo, 5, leva em conta casos investigados e confirmados que vêm sendo reportados pelos estados e consolidados pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS).
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Em todo o País, são 16 casos confirmados. Os outros 209 ainda estão sob investigação em 13 estados – Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rondônia, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará. Bahia e Espírito Santo tiveram os casos registrados descartados.
Intoxicação por metanol em São Paulo
São Paulo concentra a maior parte das notificações, entre 14 confirmadas e outras 178 em investigação. Os dois óbitos já confirmados por intoxicação por metanol no Brasil também aconteceram no estado.
A primeira morte confirmada foi a de um homem de 54 anos, no dia 15 de setembro. Depois, nesta sábado, 4, a Secretaria de Saúde de São Paulo divulgou a segunda vítima, um homem de 46 anos. Ambos eram da capital paulista.
A capital é a cidade com o maior número de registros – são 85 suspeitos e 11 confirmados. São Bernardo do Campo vem na sequência, com 45 casos – 44 suspeitos e um confirmado.
Outros casos foram confirmados em Guarulhos e Itapecerica da Serra. Fora do estado de São Paulo, os outros dois casos já confirmados foram registrados em Curitiba.
Há outras 13 mortes em investigação: sete em SP, três em Pernambuco, uma no Mato Grosso do Sul, uma na Paraíba e uma no Ceará.
Quais são as orientações para os consumidores ao comprar bebidas, segundo o Procon-SP?
Procure estabelecimentos conhecidos ou dos quais tenha referência;
Desconfie de preços muito baixos – no mínimo podem indicar alguma falha como sonegação e adulteração, por exemplo;
Observe a apresentação das embalagens e o aspecto do produto: lacre ou tampa tortos ou “diferentes”, rótulo desalinhado ou desgastado, erros de ortografia ou logos com “variações”, ausência de informações como CNPJ, endereço do fabricante ou distribuidor, número do lote, e outra imperfeição perceptível;
Ao notar alguma diferença, não fazer testes caseiros como cheirar, provar ou tentar queimar a bebida. Essas práticas não são seguras nem conclusivas;
Fique atento a sintomas após o consumo: visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência, isso pode indicar intoxicação por metanol ou por bebida adulterada;
Busque atendimento médico imediato: se houver qualquer sintoma suspeito, o consumidor deve procurar urgência médica sem demora;
Comunique as autoridades competentes:
Disque-Intoxicação (0800 722 6001, da Anvisa) para orientação clínica/tóxica;
Vigilância Sanitária local (municipal ou estadual);
Polícia (civil);
Procon (órgão de defesa do consumidor);
Quando aplicável, outros órgãos relacionados (Ministério da Agricultura, etc);
Exija sempre a nota fiscal ou comprovação de origem: documento precisa ter todas as informações de identificação do fornecedor e da compra, isso ajuda na rastreabilidade do produto e é uma garantia para o consumidor em eventual reclamação.
O Procon-SP, que já fiscaliza estabelecimentos que vendem bebidas como bares, restaurantes e adegas, bem como casas noturnas e supermercados, disse ainda que vai intensificar suas ações de forma integrada com equipes do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), da Polícia Civil do Estado paulista.
A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) também traz dicas para o consumidor
Ao comprar uma garrafa de bebida alcoólica, o consumidor deve estar atento ao lacre de segurança, o estado do rótulo e a vedação da tampa;
Vale checar também o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que rastreia todo o processo de produção e comercialização das bebidas, e precisa estar no rótulo;
O consumidor deve checar também a presença de um selo do Imposto de Produto Industrializado (IPI), que deve estar presente;
Todas as bebidas internacionais vendidas no Brasil apresentam, obrigatoriamente, informações em português no rótulo. Vale conferir;
Uma outra dica é desconfiar do preço. Bebidas consideradas caras (como gim, uísque e vodka importados) sendo vendidas a preços muito abaixo do normalmente praticado devem funcionar como alerta;
Em bares e restaurantes, se houver alguma desconfiança, vale pedir que o garçom sirva a bebida na frente do consumidor;
Na hora de beber, confira se a bebida apresenta odor, gosto e coloração alterados. O metanol tem cheiro de álcool comum e é incolor. Mas quando acrescentado a uma bebida alcoólica, altera completamente o sabor.
Atendimento médico deve ser feito o mais rápido possível.
De acordo com o governo estadual, o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico imediato, para realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica.
Os sintomas de alerta são: dores abdominais intensas, tontura e confusão mental.
O socorro em até 6 horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento do quadro clínico do paciente.