30/04/2019 - 22:54
O Ministério da Educação anunciou nesta terça-feira uma redução de 30% em três universidades públicas acusadas de “semear a desordem” após registrar protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.
O ministro destacou em um comunicado que está em vigor “desde a semana passada”.
Na Universidade Federal da Bahia, a Universidade Federal Fluminense, em Niterói, e Universidade Nacional de Brasília foram realizadas recentemente as “manifestações contra o fascismo” ou debates que incluiam políticos de esquerda.
“Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”, explicou o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, numa entrevista publicada nesta terça-feira no jornal Estado de S. Paulo.
Em meio às críticas geradas pela medida, o secretário de Educação Superior do ministério, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, disse que o contingenciamento de verbas seria aplicado em todas as universidades e institutos federais, segundo informou o portal de notícias G1.
De Lima afirmou que “o bloqueio preventivo incide sobre os recursos do segundo semestre.”
Os últimos rankings de universidades latino-americanas da publicação britânica especializada Times Higher Education (THE) mostram avanços em duas das três universidades em questão.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) alcançou o 30º lugar em 2018, após ter ficado em 70º em 2017, enquanto a Universidade Nacional de Brasília subiu da 19ª para a 16ª posição. Aa Universidade Federal Fluminense se mantém na posição 45.
“Recebemos esta notícia como uma surpresa”, disse João Carlos Salles, reitor da UFBA, segundo o site de noticias Metro1. “Sabemos dos cortes mas não queremos saber quais foram as razões. Se essas foram as razões, são injustificadas”, declarou.
“A universidade é um lugar para a liberdade de expressão”, acrescentou.
“Quando vão na universidade federal fazer festa, arruaça, não ter aula ou fazer seminários absurdos que agregam nada à sociedade, é dinheiro suado que está sendo desperdiçado”, disse o ministro Weintraub em 10 de abril, pouco após assumir o cargo no lugar de Ricardo Vélez, demitido após vários pronunciamentos e propostas polêmicas.
O presidente Bolsonaro já havia provocado um acalorado debate na sexta-feira oa escrever no Twitter que seu governo estava considerando cortar os fundos públicos destinados para as áreas de filosofia e sociologia nas universidades.
“O objetivo é centrar nas áreas que geram um retorno imediato para o contribuinte, como os estudos veterinários, de engenharia ou medicina”, explicou.