O ex-goleiro da chapecoense Jakson Follmann foi um dos seis sobreviventes da queda do voo LaMia 2933, em novembro de 2016, a maior tragédia da história do esporte nacional. Em função do acidente, teve parte de sua perna direita amputada e só tem 20% dos movimentos motores da esquerda.

Depois de 56 dias internados e meses de tratamento, ele diz que temia o pior. “Eu não sabia se ia voltar. Internado, quase fui a óbito por causa de uma infecção”. Passada a tragédia, ele se reinventou como cantor e empresário. 

Na noite de quinta-feira, 18, ele foi recebido na live da IstoÉ. Em quase 50 minutos de conversa com o editor executivo Edson Franco, Follmann falou da tragédia, da recuperação, da volta ao lugar do acidente, do cotidiano de empresário, do sucesso como cantor e dos projetos de futuro. “Sobrevivi para ajudar o outro.”

Aos 27 anos, o ex-goleiro que só jogou oficialmente uma vez com a camisa da Chape vez revelou que ainda não superou a tragédia: “Vivo um dia após o outro”. Depois de 13 cirurgias a que foi submetido, Follmann falou sobre a vida sem uma perna. “O amputado tem a sensação fantasma. A canela, que não existe, coça.” 

Gaúcho de Alecrim, o ex-jogador, que é cria da base do Grêmio, foi emprestado para o Juventude em 2009, para a URT de Minas Gerais, para o Linense até chegar à Chapecoense. Na conversa, ele dá detalhes das homenagens, como no jogo da Chape com o Barcelona, em 2017. 

Sem rodeios, ele disse: “Minha melhor perna é a prótese”, conta o ex-atleta que chegou a jogar na Seleção Brasileira sub 20. Sobre a tragédia, ele resume numa frase: “Prefiro minha vida que minha perna”.

Embaixador da Chapecoense, Jakson Follmann é cantor desde os 7 anos, quando participava de de festivais de música, um de seus passatempos preferidos. “A música sempre fez parte da minha vida. Através dela, pude me reinventar fora do futebol”. 

Na live, ele conta os bastidores do programa PopStar, concurso em que ele ganhou o primeiro lugar, deixando o vice com a atriz e cantora Helga Nemeczyk. 

“No concurso, meu maior adversário era eu mesmo. Pude me desafiar”, disse. Follmann revelou que dará continuidade à vida de músico na pós-pandemia. Vai promover shows do projeto “Prosa e Viola”, em que 80% será de música e 20% prosa”. Além disso, vai gravar um disco com músicas inéditas.