03/07/2024 - 18:10
O grupo de mineração francês Eramet e seu sócio chinês Tsingshan inauguraram nesta quarta-feira (3), na Argentina, um importante centro de exploração de lítio, o metal branco essencial para a transição energética, especialmente no setor automotivo, no qual é fundamental para as baterias elétricas.
O centro, localizado em Centenario, na província de Salta (norte), representa um investimento de 870 milhões de dólares (R$ 4,86 bilhões), conforme indicado pela Eramet.
“Este evento é um marco importante, não apenas para nossa empresa, mas também para a região, para Argentina e para o mercado global de metais para a transição energética”, declarou Christel Bories, diretora-geral da Eramet, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
O novo centro não é uma das tradicionais operações encontradas no “triângulo do lítio” na América Latina (Argentina-Bolívia-Chile), com piscinas de evaporação onde os sais brancos utilizados para conduzir eletricidade às baterias são obtidos a partir da evaporação da salmoura.
Utiliza um processo inovador chamado DLE, “extração direta de lítio”, que resultou em 12 patentes registradas pela Eramet. A empresa estima que esta técnica permite uma melhor eficiência de recuperação, maior rapidez e menos impacto ambiental, já que consome muito menos água do que as bacias de evaporação tradicionais.
Este último ponto é crucial para o setor, cujos impactos ambientais são frequentemente denunciados por ONGs.
“Considerar os impactos sociais e ambientais da mineração de lítio, especialmente em regiões desérticas, tornou-se um parâmetro crucial para a sustentabilidade dos projetos de exploração”, advertiu o guia anual mundial de matérias-primas CyclOpe, publicado em meados de maio.
Operada pela joint venture Eramine (composta por Eramet com 50,1% e Tsingshan com 49,9%), a planta produzirá “até 24.000 toneladas por ano de carbonato de lítio para baterias quando estiver em plena capacidade”, como explicou Bories à AFP. O grupo francês possui direitos de mineração em uma concessão de 560 quilômetros quadrados na região.
A produção começará em novembro com 350 funcionários. Em um ano, será capaz de equipar 600.000 baterias de veículos, afirmou a Eramet.
“Serão necessários cada vez mais metais sustentáveis para apoiar um mundo mais limpo no futuro, um mundo mais verde”, declarou Bories durante a apresentação, que aconteceu na cidade de Salta e não contou com a presença de funcionários estatais federais ou provinciais.
Com 9.600 toneladas produzidas em 2023, a Argentina é o quarto maior produtor mundial do chamado “ouro branco”, segundo o CyclOpe, depois da Austrália (86.000 toneladas, principalmente refinadas na China), Chile (44.000 toneladas) e China (33.000 toneladas estimadas).
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