O grupo de mineração francês Eramet e seu sócio chinês Tsingshan inauguraram nesta quarta-feira (3), na Argentina, um importante centro de exploração de lítio, o metal branco essencial para a transição energética, especialmente no setor automotivo, no qual é fundamental para as baterias elétricas.

O centro, localizado em Centenario, na província de Salta (norte), representa um investimento de 870 milhões de dólares (R$ 4,86 bilhões), conforme indicado pela Eramet.

Este centro não é uma das tradicionais operações encontradas no “triângulo do lítio” na América Latina (Argentina-Bolívia-Chile), com piscinas de evaporação onde os sais brancos utilizados para conduzir eletricidade às baterias são obtidos a partir da evaporação da salmoura.

Utiliza um processo inovador chamado DLE, “extração direta de lítio”, que resultou em 12 patentes registradas pela Eramet. A empresa estima que esta técnica permite uma melhor eficiência de recuperação, maior rapidez e menos impacto ambiental, já que consome muito menos água do que as bacias de evaporação tradicionais.

Este último ponto é crucial para o setor, cujos impactos ambientais são frequentemente denunciados por ONGs.

“Considerar os impactos sociais e ambientais da mineração de lítio, especialmente em regiões desérticas, tornou-se um parâmetro crucial para a sustentabilidade dos projetos de exploração”, advertiu o guia anual mundial de matérias-primas CyclOpe, publicado em meados de maio.

Operada pela joint venture Eramine (composta por Eramet com 50,1% e Tsingshan com 49,9%), a planta produzirá “até 24.000 toneladas por ano de carbonato de lítio para baterias quando estiver em plena capacidade”, como detalhou à AFP Christel Bories, CEO do grupo francês, que possui direitos de mineração em uma concessão de 560 quilômetros quadrados na região.

A produção começará em novembro com 350 funcionários. Em um ano, será capaz de equipar 600.000 baterias de veículos, afirmou a Eramet.

Com 9.600 toneladas produzidas em 2023, a Argentina é o quarto maior produtor mundial do chamado “ouro branco”, segundo o CyclOpe, depois da Austrália (86.000 toneladas, principalmente refinadas na China), Chile (44.000 toneladas) e China (33.000 toneladas estimadas).

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