Neste sábado, o Governo do Estado de Minas Gerais decretou situação de emergência em saúde pública devido a alta de casos de dengue e chikungunya. Ele está previsto para vigorar por seis meses.

Com a publicação, o governo mineiro pode tomar medidas administrativas, como agilizar compras de insumos e materiais para o tratamento e prevenção e contratação de serviços para controle de arboviroses, como são chamadas doenças transmitidas por insetos.

+ Casos de dengue crescem 587% no estado do Rio

Também será instalado um Centro de Operações de Emergências de Arboviroses, coordenado pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais, para monitoramento e gestão da situação de emergência no Estado.

De acordo com o decreto, foram confirmados 11.490 casos de dengue e 3.067 casos de chikungunya apenas nas três primeiras semanas de 2024. Mas os números podem ser maiores.

O painel de monitoramento de casos da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde) exibe 21.573 casos prováveis de dengue e 5.867 de chikungunya em 2024 até a última sexta, 26.

Em Minas, a maioria das infecções é do tipo 1 da dengue; contudo, também foi detectado o tipo 3, que não circulava no Brasil de forma epidêmica há 15 anos. A dengue tem quatro sorotipos – quem já teve caso de um deles ainda pode ser infectado pelos outros. O tipo 2 também está em circulação no Brasil.

O estado é a terceira unidade federativa do País a decretar emergência pelas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em 2024, depois de Acre e Distrito Federal.

Nas três primeiras semanas epidemiológicas de 2024, mais de 120 mil casos prováveis foram registrados no País, ante 44 mil da mesma época do ano passado. Também foram registrados 12 óbitos pela arbovirose, contra 26 no mesmo período do ano anterior – importante lembrar, porém, que há um atraso na transmissão dos dados, então as estatísticas deste ano ainda podem ser revisadas para cima.

Além das medidas contra o mosquito transmissor da doença, que visam eliminar criadouros em água parada e impedir a reprodução, o Ministério da Saúde planeja iniciar um programa de vacinação contra a dengue, com a vacina Qdenga, recém-aprovada para uso após ser desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda.

O Ministério da Saúde anunciou que crianças de 10 a 14 anos serão priorizadas para a vacinação diante do número limitado de doses. Eles devem começar a ser vacinados em fevereiro. A pasta também selecionou 521 municípios – de 16 Estados e o Distrito Federal – que serão contemplados.

A faixa etária está dentro do que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), dos 6 aos 16 anos. De acordo com Eder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do ministério, a escolha foi feita levando em consideração que, entre as crianças, o grupo de 10 a 14 anos concentra o maior número de hospitalizações.