O ator Milton Gonçalves, que há duas semanas foi anunciado novo presidente da Fundação Teatro Municipal do Rio, não irá assumir o cargo. A Secretaria Estadual de Cultura informou nesta terça-feira, 7, que a decisão foi tomada porque ele é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, órgão consultivo da Presidência da República, desde o ano passado, e o acúmulo da função de presidente do Municipal configuraria “conflito de interesse”. O nome do ator havia gerado controvérsia no meio erudito.

“Não aconteceu nada demais. Eu sou membro do conselho há algum tempo, e não acordei que não poderia estar nos dois ao mesmo tempo, porque a lei não permite. O erro foi meu. Cada um escolhe o que é melhor para si”, disse Milton à reportagem do Estado, que lhe perguntara por que, entre as duas opções, ele ficou no conselho, e não no Municipal. “Eu me dou muito bem com o secretário (André Lazaroni, que irá se dividir entre o cargo e a presidência do teatro, recebendo apenas o salário referente ao primeiro) e com todos. Não há conflito algum. Não cheguei a ser nomeado, estava ainda me informando das coisas.”

Segundo a secretaria, o Conselho recomendou que Milton não assumisse “cargos de direção em espaços culturais”, pois isso seria incompatível com o fato de ele ser conselheiro e “com a influência de Milton junto à classe artística”. Lazaroni, procurado pela reportagem, não deu entrevista. Em nota, disse: “Quero conduzir o trabalho privilegiando o diálogo com todos os setores do teatro. Um fator determinante para minha decisão foi propiciar uma economia na folha de pagamento, repassando a quantia que seria destinada ao salário do presidente do teatro para qualificar remuneração da equipe técnica, já que nosso Estado atravessa na atualidade uma crise de grandes proporções”.