O Chile agregou militares às patrulhas policiais que estão sendo realizadas em três regiões do sul do país onde se intensificaram os ataques incendiários a propriedades privadas, informou o governo nesta quarta-feira (24).

Nas regiões de La Araucanía, Biobío e Los Ríos, o governo implementou patrulhas mistas de policiais e militares após o aumento na última semana de ataques a fazendas, maquinários e madeireiras perpetrados por grupos radicais, segundo autoridades.

O apoio militar “está se traduzindo em um reforço da inteligência e da ação policial com patrulhas mistas da polícia e das Forças Armadas nos locais mais vulneráveis e de maior risco dessas regiões”, disse o presidente Sebastián Piñera à imprensa em Santiago.

Os esforços da polícia e dos militares também serão redobrados pelo controle de saúde que realizam devido ao Estado de Catástrofe que governa o país pela covid-19, que já deixa mais de 800.000 infecções e ultrapassa 20.000 mortes.

“As equipes mistas têm que garantir o controle da ordem pública no contexto do curso da pandemia no caso do Exército, mas também no contexto das diferentes situações que ocorrem em cada uma destas regiões”, disse o ministro do Interior, Rodrigo Delgado, que está em La Araucanía após o ressurgimento da violência naquela região localizada a cerca de 800 km ao sul de Santiago.

As patrulhas mistas fazem parte de um plano de segurança que o governo pretende implementar na área, e que inclui também novas leis com penas mais duras para pessoas violentas.

Os ataques no sul do Chile acontecem em meio ao conflito histórico do povo mapuche, maior etnia do país, que reclama territórios de direito ancestral ao Estado chileno, a quem acusam de tê-los entregue ao setor particular.

O governo afirma que os grupos radicais que apoiam sua causa são os responsáveis pelos ataques, mas também detectou a presença na área de gangues de traficantes e ladrões de madeira.