Paulo Guedes quer arrecadar mais, taxando servidores (Crédito:EVARISTO SA / AFP)

Só há uma maneira de a reforma da Previdência lograr êxito: se houver o corte indiscriminado de privilégios, sobretudo dos servidores civis e militares, que pagam baixas alíquotas de contribuição. Afinal, um naco importante do rombo previdenciário, estimado em R$ 292 bilhões para 2018, vem exatamente desses segmentos. Os militares, por exemplo, representarão um impacto de R$ 42,6 bilhões nas contas da Previdência este ano. Por isso, a equipe econômica do futuro ministro da Economia Paulo Guedes estuda fazer uma ampla revisão tributária e pretende elevar as alíquotas de contribuição dos servidores federais de 11% para 14% e as dos militares de 7,5% para 11%. Assim, haveria uma arrecadação adicional no ano que vem de R$ 37,6 bilhões. O aumento das contribuições para essas categorias privilegiadas sempre esteve na ordem do dia, mas as pressões corporativas impediram que os governos cutucassem esse vespeiro. Como o novo governo vem se comprometendo a equacionar o déficit previdenciário, resta saber se Bolsonaro terá força necessária para promover essa ampla revisão previdenciária, que passa obrigatoriamente pelo fim dos privilégios, inclusive dos militares.


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