As forças colombianas mataram sete membros do Clã do Golfo, o maior cartel de narcotráfico do país, durante uma operação na costa do Pacífico, informaram autoridades nesta segunda-feira (31).

Os combatentes “se mobilizavam pelo rio Purrichá e foram surpreendidos em um combate com as forças militares”, que desferiram o golpe mais forte desde que o governo suspendeu uma trégua bilateral que mantinha com esse grupo armado, indicou em uma coletiva de imprensa o contra-almirante da Marinha, Carlos Serrano.

Durante as “operações militares sete integrantes desse grupo armado ilegal morreram. Também foram realizadas quatro capturas e se apreendeu muito material de guerra”, explicou o Ministério da Defesa no Twitter, agora X.

Os combates ocorreram em uma região de selva do oeste do país, estratégica para a exportação de drogas para a América Central e México pelo Oceano Pacífico.

O Clã, também conhecido como Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC), disputa nesta região o controle das rotas fluviais com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN).

Em meados de março, o presidente Gustavo Petro acusou as AGC de estarem por trás de violentos protestos mineiros no noroeste do país e suspendeu a trégua bilateral que mantinha desde o começo do ano com essa organização.

A facção, que era liderada pelo extraditado capo Otoniel – que se declarou culpado por narcotráfico ante a Justiça americana em janeiro e espera uma longa condenação -, nega ter violado o cessar-fogo e considera que o governo oferece um tratamento mais benevolente às guerrilhas de esquerda que também mantêm negociações de paz.

Petro, o primeiro esquerdista a chegar ao poder na Colômbia, busca encerrar o conflito armado de seis décadas por meio do diálogo com diversos grupos armados no âmbito de uma política conhecida como “Paz Total”.

As negociações com o ELN conduziram a um cessar-fogo entre forças do Estado e guerrilheiros, além do fim das hostilidades contra civis, que começará a vigorar nesta quinta.

Os rebeldes denunciaram repetidas vezes alianças entre membros do Exército e comandos do Clã para fragilizar as posições rebeldes nos rios do departamento de Chocó (noroeste).

“Não se observa com esses resultados nenhuma conivência de nós, que integramos as forças militares,” com essa organização, disse a veículos de comunicação o general Óscar Murillo do Exército.

Milhares de pessoas, em sua maioria negros e indígenas, estão deslocadas ou se encontram confinadas nesta região por causa dos confrontos.

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