Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é colunista da revista Isto É. Começou a carreira jornalística em 1996. É graduado em Comunicação Social pela FACHA, do Rio de Janeiro, e pós-graduado em Ciência Política pela UnB. A partir de 2000, passou por ‘Jornal do Brasil’, ‘Agência Rio de Notícias’, ‘Correio do Brasil’, ‘Gazeta Mercantil’ e outros veículos. Assinou o Informe JB de 2007 a 2011, e também foi colunista da Gazeta. Entre 2009 e 2014 apresentou os programas ‘Frente a Frente’ e ‘Tribuna Independente’ (ao vivo) na REDEVIDA de Televisão, em rede, foi comentarista político do telejornal da Vida, na mesma emissora e foi comentarista da Rede Mais/Record TV em MG. Em 2011, lançou a ‘Coluna Esplanada’, reproduzida hoje em mais de 50 jornais de todas as capitais. Foi colunista dos portais ‘UOL’ e ‘iG’. Apresenta o programa de entrevistas "Líderes em Destaque" na Band Rio. Assina a coluna com equipe em Brasília, e correspondentes no Rio, Salvador e São Paulo.

Militares do Instituto Combustível Legal perdem poder, mas continuam usando influência no Governo

General Guilherme Theophilo e Sergio Moro
General Guilherme Theophilo ao lado de Sergio Moro Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma limpa na firma. O general Guilherme Theophilo, ex-secretário nacional de Segurança Pública no Governo Bolsonaro e homem de confiança do então ministro Sergio Moro, e o coronel Luiz Cerqueira, ex-coordenador do Gabinete de Segurança Institucional no Rio de Janeiro do mesmo Governo, foram afastados dos seus cargos no Instituto Combustível Legal (ICL).

O ICL é um braço do lobby das grandes distribuidoras de combustíveis, que bancam a instituição. Theophilo era o CEO do instituto, enquanto Cerqueira o consultor sênior.

Para o lugar da dupla de militares foi indicado o ex-deputado federal Emerson Kapaz, que em 2004 foi acusado pelo Ministério Público Federal de ser um dos membros da quadrilha que atuava no esquema de desvios de recursos federais para a compra de ambulâncias, descoberta pela Operação Sanguessuga. Porém, mesmo afastados de seus cargos, eles entregaram o que haviam prometido.

Usaram a influência que detêm junto a um outro grupo de militares que comandava os Correios e, através do fundo de pensão Postalis, ligado à estatal, perseguiram uma das concorrentes do ICL.

O Postalis entrou com uma petição no processo de recuperação judicial de uma empresa listada em bolsa, na qual o fundo mantém investimentos, tentando prejudicar a companhia e, consequentemente, seu próprio investimento.
A influência sobre os gestores da Postalis era tão grande que eles conseguiram fazer com que o fundo de pensão pedisse, no processo, algo que prejudicava o próprio patrimônio com o único objetivo de agradar a dupla de militares.

Theophilo e Cerqueira não tiveram consideração nenhuma com o patrimônio dos funcionários dos Correios, os quais têm seu plano de aposentadoria gerido pelo Postalis.