Os militares de Guiné-Bissau anunciaram, nesta quarta-feira (26), que tomaram o “controle total do país”, detiveram o presidente em fim de mandato e suspenderam o processo eleitoral em andamento após o pleito de domingo.
Situado na África Ocidental, Guiné-Bissau já sofreu quatro golpes de Estado desde a sua independência de Portugal em 1974, além de uma série de tentativas golpistas.
Ao meio-dia desta quarta (9h em Brasília), foram ouvidos disparos nas imediações do palácio presidencial na capital Bissau, e homens vestidos com uniformes militares tomaram o controle da principal via que leva a essa residência.
À tarde, o general Denis N’Canha, chefe da casa militar da presidência, anunciou, na sede do Estado-Maior, que um “Alto Comando para a restauração da ordem, composto por todos os ramos do Exército” havia tomado “o controle do país até novo aviso”, de acordo com jornalistas da AFP presentes no local.
Uma fonte oficial do Exército indicou à AFP que o presidente em fim de mandato, Umaro Sissoco Embaló, foi detido nesta quarta “na carceragem do quartel-general”.
Outra fonte militar confirmou a prisão do presidente Embalo junto com o “chefe do Estado-Maior e o ministro do Interior”.
O golpe acontece depois que cerca de um milhão de eleitores foram chamados às urnas no domingo, em um pleito realizado sem a presença do principal partido da oposição e de seu candidato. Os resultados provisórios oficiais são esperados na quinta-feira.
O general Denis N’Canha também anunciou a suspensão de “todo o processo eleitoral”, o fechamento das fronteiras “terrestres, aéreas e marítimas” e a instauração de um “toque de recolher obrigatório”.
Ao final do dia, as ruas de Bissau estavam desertas e os militares tomaram o controle de todas as vias principais, constaram os correspondentes da AFP.
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