Militares cogitaram envenenamento, armamento pesado e explosivos para matar Lula, Alckmin e Moraes

Militares cogitaram envenenamento, armamento pesado e explosivos para matar Lula, Alckmin e Moraes

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, tornada pública nesta terça-feira, 19, e que embasou a operação contra uma organização criminosa que teria planejado assassinar o magistrado, o presidente Lula (PT) e seu o vice, Geraldo Alckmin (PSB), mostra que os envolvidos cogitaram venenos, explosivos e armamento pesado para executar as ações.

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O documento elaborado pela Polícia Federal detalha o efetivo considerado ‘necessário’ pela organização criminosa para a execução pretendida, que contaria com o emprego de seis pessoas em Brasília (DF). Entre os itens estão venenos, explosivos e armamentos comumente utilizados por policiais militares.

“Para execução do presidente Lula, o documento descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, descreve a PF.

“Foram consideradas diversas condições de execução do ministro ALEXANDRE DE MORAES, inclusive com o uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial público. Há uma citação aos riscos da ação, dizendo que os danos colaterais seriam muito altos, que a chance de ‘captura’ seria alta e que a chance de baixa (termo relacionado a morte no contexto militar) seria alto”, diz o documento.

“Já o codinome Joca, por sua vez, é uma referência ao citado vice-presidente Geraldo Alckmin. […] Como, além do presidente, a chapa vencedora é composta, obviamente, pelo vice-presidente, é somente na hipótese de eliminação de Geraldo Alckmin que a chapa vencedora estaria extinta”.

Segundo o documento, os envolvidos começaram a monitorar as autoridades em novembro de 2022, após reunião realizada na casa do ex-ministro da Defesa, o general Braga Netto. A ação estava prevista para o dia 15 do mês seguinte.

A lista com arsenal previsto pela quadrilha incluia pistolas 9 mm ou .40, além de quatro fuzis 5,56, 7,62 ou .338, uma metralhadora M249, um lança-granadas e um lança-rojão.

“São armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate. A primeira, M249, é uma metralhadora leve altamente eficaz, projetada para fornecer suporte de fogo em combate. A combinação de leveza, taxa de disparo e capacidade de alimentação a torna uma arma estimada em diversas situações táticas. A segunda é uma arma projetada para disparar granadas de fragmentação ou munições especiais de 40mm que fornece capacidade de fogo indireto e versatilidade em termos de tipos de munição. O terceiro armamento, AT4, é um lança-rojão, utilizado principalmente por forças armadas e de segurança para combate a veículos blindados e estruturas fortificadas. É um lançador de foguetes antitanque. munição é um foguete guiado que possui uma ogiva explosiva”, diz a decisão assinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Quem são os alvos da operação

Agentes da Polícia Federal cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares, incluindo proibição de contato com investigados, proibição de viagem internacional com entrega de passaportes em 24 horas e suspensão de funções públicas.

O Exército Brasileiro acompanhou a operação no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal

Foram presos quatro militares do Exército ligados às forças especiais, além de um policial federal. São eles:

  • O general de brigada Mário Fernandes (na reserva) — ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República;
  • Hélio Ferreira Lima;
  • Major Rodrigo Bezerra Azevedo;
  • Major Rafael Martins de Oliveira;
  • Wladimir Matos Soares.