As milícias que atuam em grande parte do Rio de Janeiro são as principais suspeitas do assassinato há um mês da vereadora do Psol Marielle Franco, anunciou o ministro da segurança pública, Raul Jungmann, nesta segunda-feira (16).

Para a Polícia Civil do Rio, encarregada da investigação, “a hipótese mais provável é a atuação de milícias”, disse Jungmann à rádio CBN.

Marielle foi morta a tiros no dia 14 de março com Anderson Gomes, motorista do carro em que a vereadora estava. O crime, que ainda não foi esclarecido, comoveu o país e o mundo.

As investigações “estão, hoje, praticamente, com uma ou duas pistas fechadas”, acrescentou Jungmann.

Antes de se tornar, em 2016, a quinta vereadora mais votada do Rio pelo Psol, Marielle integrou uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), presidida pelo deputado estatal Marcelo Freixo, sobre as milícias.

Essas milícias são integradas principalmente por ex-policiais ou por policiais corruptos que controlam e extorquem moradores das áreas sob o seu controle.

“A CPI das milícias não foi brincadeira, não acabou em pizza. O que fizeram com Marielle mostra que é muito sério o que estamos vivendo no Rio de Janeiro”, disse Freixo nesta segunda-feira.

Jungmann disse entender “o impacto” da morte de Marielle, mas lembrou que os assassinatos do pedreiro Amarildo Dias de Souza, em 2013, e da juíza Patricia Acioli, em 2011, demoraram 90 e 60 dias, respectivamente, para serem solucionados.