Milho: Cargill recebe 1º de 4 navios com cereal importado no Porto de Paranagu

São Paulo, 24/05 – A Cargill começou a descarregar no fim de semana, no berço 206 do Porto de Paranaguá (PR), 35,279 mil toneladas de milho importado da Argentina. Este é o primeiro de quatro navios com o cereal esperados pela empresa para desembarcar no porto paranaense até o fim do ano, segundo a Portos do Paraná, estatal que administra os portos de Paranaguá e Antonina. Pelas quatro embarcações, devem chegar cerca de 150 mil toneladas de milho. As 35,2 mil t do navio que está atracado neste momento vão suprir a produção de amidos, base para produtos da alimentação humana.

A segunda carga, de 34 mil a 40 mil toneladas, também virá da Argentina e deve chegar ao porto paranaense na próxima segunda-feira, 31 de maio. A origem do grão dos outros dois navios ainda não foi definida, mas a perspectiva é de que seja também a Argentina. O terceiro navio deve chegar em junho e o quarto, em julho.

O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, lembrou em nota que a perspectiva de frustração em relação à segunda safra de milho deve reduzir a oferta de milho para exportação. “Em paralelo, a demanda interna aumenta e, por isso, as indústrias acabam tendo de importar. Devemos receber ainda mais milho importado para esse fim, considerando a quebra esperada para essa safrinha”, disse Garcia em nota.

O diretor de Operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, chamou a atenção para o fato de esta não ser primeira vez que o Porto de Paranaguá recebe milho de importação. O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, acrescentou ainda que “com a desvalorização do real e o aumento dos preços no mercado mundial, o milho ficou um insumo caro para a produção de frango, porco, peixe, leite, que trabalham no limite, com muita dificuldade”.

Segundo ele, muitas agroindústrias já estão importando milho, porque o produto, além de escasso, está caro demais. “Devemos ter grandes importações do produto para sustentar o nível de produção, em especial de frango e de porco”, afirmou Ortigara, destacando que o problema é mais grave em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, que não cultivam a segunda safra de milho como o Paraná.