Milhares de pessoas protestaram, nesta segunda-feira (18), em Belgrado, capital da Sérvia, para denunciar o resultado das eleições, nas quais, segundo observadores internacionais, foram cometidas irregularidades.

O atual presidente, Aleksandar Vucic, reivindicou na véspera a vitória de seu partido, o SNS (direita nacionalista). Segundo as primeiras pesquisas, o partido teria obtido 127 dos 250 assentos do Parlamento. O resultado oficial será conhecido hoje à noite.

O SNS também reivindicou a maioria na capital, Belgrado, com 38,5% dos votos, 23.000 a mais que a coalizão opositora, que afirma que foram cometidas fraudes em nível local.

Milhares de pessoas se reuniram à noite em frente à comissão eleitoral para pedir a anulação dos resultados e a renúncia de Vucic.

Segundo a oposição, “mais de 40.000 pessoas” votaram na capital, de 1,5 milhão de habitantes, sem serem residentes, depois de serem trasladados para a cidade a partir da República Srpska, entidade sérvia situada na vizinha Bósnia.

Vários vídeos divulgados nas redes sociais diziam mostrar a chegada de eleitores em um estádio da cidade, onde eram informados em que bairros deviam votar.

Uma equipe de observadores internacionais confirmou nesta segunda uma série de “irregularidades” nas eleições, incluindo a “compra de votos” e o “enchimento de urnas”.

A missão é formada por membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), o Parlamento Europeu e o Conselho da Europa [o organismo internacional].

A coalizão opositora foi criada após as manifestações multitudinárias que sacudiram o país em maio, após a morte de 19 pessoas em dois ataques a tiros, um deles em uma escola de ensino fundamental.

Onipresente na imprensa, Vucic fez dessas eleições um referendo sobre sua pessoa.

A campanha centrou-se principalmente na economia, em um dos países mais pobres do continente europeu.

Os seguidores de Vucic celebram que, sob seu mandato, a ordem e os investimentos estrangeiros voltaram, e também elogiam a sua capacidade de manter relações tanto com a Rússia como com a União Europeia.

O Kremlin “parabenizou” a vitória de Vucic. Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, a Sérvia nunca aplicou sanções contra a Rússia, que lhe fornece grandes quantidades de gás.

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