Milhares de pessoas marcharam nesta sexta-feira em Buenos Aires para exigir o paradeiro de um jovem que foi visto sendo levado por forças de segurança durante a dispersão violenta de um protesto mapuche na Argentina há 10 dias.

“O Estado e o governo são responsáveis”, afirmavam cartazes com a fotografia de Santiago Maldonado, o artesão de 27 anos cujo paradeiro é desconhecido, em uma marcha convocada por organismos defensores de direitos humanos na Praça de Maio.

Mais cedo, o presidente argentino, Mauricio Macri, assegurou que o governo está “trabalhando a toque de caixa para tentar ver o que aconteceu”.

O caso, considerado um “desaparecimento forçado” pelos organismos de direitos humanos, chamou a atenção da ONU e da Anistia Internacional.

O governo nega que se trate de um desaparecimento forçado, e a justiça informou que não há indícios da presença do jovem no protesto.

Segundo testemunhas, Santiago Maldonado foi colocado em um veículo da Gendarmeria em 1º de agosto por agentes, durante a dispersão violenta de um protesto de uma comunidade mapuche na província de Chubut (sul).

“Há 40 anos gritávamos e pedíamos a mesma coisa, é insólito que hoje em democracia, e com este Estado que é o responsável pelo desaparecimento de Santiago, tenhamos que estar concentrados”, disse à AFP Taty Almeida, da associação Mães da Praça de Maio Linha Fundadora.

O grupo de trabalho da ONU sobre desaparecimento forçado se pronunciou na segunda-feira e pediu “uma ação urgente do Estado para procurá-lo e encontrá-lo, e para identificar os responsáveis”.