Milhares de pessoas protestaram, neste sábado (25), na cidade espanhola de Palma de Mallorca, contra o excesso de turistas, uma das principais fontes de renda da região, sob o lema “Mallorca não está à venda”.

Embora tenha sido convocada antes, a manifestação ocorre dois dias depois de o desabamento de um bar-restaurante frequentado por turistas na cidade, capital da ilha de Mallorca, matar quatro pessoas, duas delas de nacionalidade alemã, e ferir outras 16.

Os manifestantes percorreram o centro de Palma em uma passeata que levava à frente um cartaz com o lema mencionado e outro com a mensagem “Se nos negam um teto, nos negam o futuro”.

Os organizadores do ato lamentam, sobretudo, que o excesso de turistas tenha encarecido astronomicamente a custo da habitação nesta ilha do Mar Mediterrâneo com menos de um milhão de habitantes.

O grande número de turistas tem motivado expressões de mal-estar similares nas ilhas Canárias, em Barcelona e Sevilha.

Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), a Espanha, segundo destino turístico mundial depois da França, recebeu 85 milhões de turistas estrangeiros em 2023.

Destes, 14,4 milhões visitaram as Ilhas Baleares, arquipélago do qual Mallorca é a ilha principal, seguida de Menorca e Ibiza.

As Ilhas Baleares foram a segunda região da Espanha que mais recebeu turistas estrangeiros em 2023, atrás da Catalunha, com 18 milhões.

O aeroporto de Palma de Mallorca é o terceiro da Espanha em número de passageiros e em 2023 passaram por ali 31 milhões, segundo dados do administrador aeroportuário espanhol AENA.

Ao mesmo tempo, “a contribuição – direta ou indireta – do turismo ao PIB das Ilhas Baleares superavam os 40%” antes da pandemia de covid-19, da qual já se recuperou, segundo análise do banco Caixabank.

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