Milhares de pessoas foram às ruas de Santiago do Chile neste sábado (19) participar de uma marcha do movimento LGBTQ, na qual exigiram que o presidente Gabriel Boric patrocine melhorias na lei antidiscriminação, atualmente reformada no Congresso.

Com música e bandeiras do movimento LGBTQ, os manifestantes caminharam pela avenida Alameda, a principal da capital chilena, no centro da cidade, sob um forte calor de primavera.

Em vários cartazes, exigiam incluir “uma institucionalidade antidiscriminatória” na atual lei sobre discriminação, conhecida como Lei Zamudio, aprovada em 2012 e assim chamada pelo assassinato por espancamento do jovem homossexual Daniel Zamudio em uma praça de Santiago por um grupo neonazista.

“Exigimos que o Governo aja, patrocinando a criação de uma institucionalidade antidiscrimintória no âmbito da reforma da Lei Zamudio, que atualmente tramita no Congresso Nacional”, disse Javiera Zuñiga, porta-voz do Movimento de Integração e Libertação Homossexual (Movilh), durante a passeata.

“Só com uma institucionalidade antidiscriminatória no Chile será possível transformar a luta contra as exclusões em um dever sistemático. Presidente Boric, patrocine a criação de uma institucionalidade antidiscriminatória!”, acrescentou.

Os manifestantes também exigiram o fim dos crimes de ódio, um aumento das penas e reparações às vítimas no Chile, onde este ano já foram cometidos cinco homicídios homo/transfóbicos.

“Hoje, a Lei Zamudio é um leão sem dentes, que nem sequer indeniza as vítimas da discriminação”, queixou-se Zúñiga.

A passeata transcorreu sem distúrbios e também participaram dela representantes diplomáticos de países como Estados Unidos, Reino Unido e Espanha.